Manuel Chaves Nogales revela horrores da Segunda Guerra em novos volumes de artigos

Manuel Chaves Nogales, em seus escritos durante a Segunda Guerra Mundial, expõe a brutalidade do regime nazista e a luta pela sobrevivência de animais de estimação na Inglaterra. Os textos, que serão publicados em três volumes pela editora El Paseo em 2025, revelam a hipocrisia alemã ao lamentar suas perdas enquanto perpetua atrocidades em países como a Polônia.

Em um artigo de fevereiro de mil novecentos e quarenta, Chaves Nogales descreve a realidade monstruosa da dominação hitleriana, que se baseia no aniquilamento total de adversários. Ele destaca que, ao contrário de líderes bárbaros do passado, os nazistas utilizam a ciência moderna para exterminar populações inteiras. O autor critica a incredulidade do mundo diante do terror nazista, enfatizando que a guerra é a única forma de resistir a essa barbaridade.

A Luta pelos Animais

Em janeiro de mil novecentos e quarenta e um, Chaves Nogales relata a situação dos animais de estimação na Inglaterra. Com a guerra, cerca de um milhão de gatos foram sacrificados devido à evacuação. No entanto, uma campanha de proteção aos gatos surgiu, impulsionada pela afeição dos ingleses por esses animais. Os felinos, considerados úteis para combater ratos, passaram a receber cuidados de vizinhos solidários.

A situação dos cães é ainda mais crítica. Com a escassez de carne, o Ministério de Abastecimento anunciou punições para quem alimentasse cães com carne destinada ao consumo humano. Clubes de defesa dos animais começaram a se mobilizar para garantir a alimentação dos cães, propondo o uso de carne de cavalo, que não é consumida por humanos. A luta pela sobrevivência dos cães se intensifica em meio à guerra, refletindo a realidade dura enfrentada pela população.

A Hipocrisia Alemã

Em fevereiro de mil novecentos e quarenta e três, Chaves Nogales critica a reação da Alemanha após derrotas, como a de Stalingrado. Ele observa que, enquanto os nazistas infligiram sofrimento a outros povos, agora buscam compaixão ao sofrerem perdas. O autor destaca a contradição entre a brutalidade do regime e a fragilidade demonstrada em momentos de crise, evidenciando a falta de dignidade dos líderes nazistas ao lamentar suas derrotas.