10 de mai 2025
Port Sudan enfrenta crise humanitária com aumento drástico no preço da água
Port Sudan, antes um refúgio, agora enfrenta escassez de água e combustível após ataques aéreos, intensificando a crise humanitária no Sudão.
Black smoke has dominated the skyline in Port Sudan in the wake of the attacks (Foto: AFP / Getty Images)
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A cidade de Port Sudan, que era considerada um refúgio seguro na guerra civil do Sudão, enfrenta uma grave crise após seis dias de ataques aéreos da Força de Apoio Rápido (RSF). Os bombardeios resultaram em escassez de água e combustível, elevando os preços e gerando insegurança entre os moradores.
Os ataques a três depósitos de combustível deixaram a cidade sem diesel, essencial para o funcionamento das bombas que extraem água do subsolo. Um residente, que se identificou como Mutasim, relatou que o custo diário da água subiu de 2.000 libras sudanesas (cerca de R$ 3,30) para 10.000 libras (aproximadamente R$ 16,50). Ele e sua família, composta por oito pessoas, enfrentam dificuldades para obter água para necessidades básicas.
Vida em Crise
Apesar de os mercados ainda estarem abertos, a situação em Port Sudan é crítica. Mutasim mencionou que pode levar até cinco horas para conseguir combustível. A cidade, que recebeu muitos deslocados da guerra, agora vive sob constantes apagões, afetando a qualidade de vida dos moradores. "Minha tia, com mais de 70 anos, está sofrendo com o calor e a falta de eletricidade", disse ele.
Hawa Mustafa, uma professora que fugiu de el-Geneina, também expressou seu medo com os ataques. Ela vive com seus quatro filhos em um abrigo e afirmou que os sons dos drones a lembram dos primeiros dias da guerra. "Não sei para onde ir se a situação piorar", desabafou.
Impacto Humanitário
A Organização das Nações Unidas (ONU) e outras agências humanitárias dependem de Port Sudan como um ponto estratégico para a entrega de ajuda. A World Food Programme (WFP) destacou que a cidade é crucial para a distribuição de alimentos, mas os recentes ataques podem dificultar essa operação. "Esses ataques vão restringir severamente a entrega de suprimentos essenciais", afirmou Shashwat Saraf, diretor do Conselho Norueguês para Refugiados.
A situação em Port Sudan, que antes era um porto seguro, agora reflete a deterioração da segurança e a crescente crise humanitária no Sudão, onde mais de 12 milhões de pessoas foram deslocadas desde o início do conflito em 2023.
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