- Melpo Axioti, escritora grega exilada em Paris, lançou “République-Bastille” em 1949.
- O livro é um diário que reflete sua experiência de exílio e reconstrução pessoal.
- Axioti, nascida em Atenas em 1905, foi presa e exilada em 1947 devido ao seu ativismo político durante a ocupação nazista na Grécia.
- A obra utiliza o alter ego de Lisa para narrar memórias e a adaptação à nova cultura em Paris.
- Axioti explora temas de perda e identidade, transformando o exílio em um elemento criativo em sua literatura.
A Literatura do Exílio: Melpo Axioti em “République-Bastille”
A escritora grega Melpo Axioti, exilada em Paris, lança sua obra “République-Bastille”, que reflete sua experiência de deslocamento e reconstrução pessoal. Publicado em 1949, o livro é um diário íntimo que mescla memória e descoberta em um novo contexto.
Axioti, nascida em Atenas em 1905, viveu intensos períodos de resistência durante a ocupação nazista na Grécia. Seu ativismo político resultou em prisão e exílio em 1947, levando-a a Paris, onde se estabeleceu até 1950. “République-Bastille” é uma exploração poética de sua vida no exílio, onde a autora utiliza o alter ego de Lisa para narrar suas experiências.
Memória e Reconstrução
A narrativa começa com a menção a Jean-Pierre Timbaud, um símbolo da resistência, que conecta Axioti a sua nova realidade. Lisa, ao caminhar por Paris, revive memórias de relacionamentos e da Grécia que deixou para trás. A autora descreve a cidade com um olhar novo, admirando a beleza dos edifícios e a cultura local, enquanto enfrenta a solidão e a nostalgia.
Axioti se relacionou com figuras proeminentes da época, como Louis Aragon e Pablo Neruda, embora esses encontros não sejam explicitamente mencionados no texto. A obra reflete sobre a luta interna da protagonista, que busca se integrar a uma nova cultura, enfrentando desafios como a adaptação à vida em um país estrangeiro.
A Topografia do Exílio
Através de sua prosa poética, Axioti traça uma topografia estética que combina sua história pessoal com a memória coletiva de um Paris pós-guerra. “République-Bastille” se torna uma reflexão sobre a perda e a passagem do tempo, onde cada página revela a fragilidade da identidade em um contexto de exílio.
O encontro com Georges, em 14 de julho de 1947, simboliza a intersecção entre passado e presente, intensificando a sensação de perda. Axioti utiliza a literatura como um meio de reconstruir sua identidade, transformando o exílio em um núcleo criativo que ressoa com a experiência de outros autores que também encontraram refúgio em línguas estrangeiras.