Lula convida Trump para a COP30 em Belém por meio de carta oficial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convidou Donald Trump para a COP30, que ocorrerá em novembro em Belém (PA). Lula destacou a relevância do evento para discutir mudanças climáticas e a responsabilidade dos países ricos nesse contexto. Durante uma entrevista à rádio e TV Band News, o presidente brasileiro mencionou a possibilidade de se encontrar com Trump na Assembleia Geral da ONU, em setembro.

Lula expressou sua expectativa em receber uma resposta do ex-presidente americano, afirmando que sempre responde às cartas que recebe. Trump, que retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris, não enviou uma delegação para a COP30, o que gera incertezas sobre sua participação. Recentemente, Trump afirmou que Lula poderia ligar para ele "quando quiser", ao que Lula respondeu que está aberto ao diálogo, mas que não se humilhará para tratar de tarifas impostas pelos EUA.

Críticas à Preparação da COP30

O Observatório do Clima, uma rede de ONGs, criticou a negligência do governo federal e do estado do Pará na organização da COP30. Em uma carta aberta, a entidade alertou que o evento pode ser a "COP mais excludente da história", devido aos altos preços de hospedagem, que dificultam a participação de delegações, especialmente de países mais pobres.

A falta de logística adequada e os altos custos de hospedagem têm gerado preocupações sobre a legitimidade das negociações. O presidente da Áustria já anunciou que não comparecerá ao Brasil por causa dos preços elevados. O Observatório do Clima enfatizou que o governo teve dois anos e meio para resolver essas questões, mas não o fez, o que pode resultar em um "vexame histórico" para o país.

Importância do Diálogo

Lula reiterou a importância de dialogar com líderes globais sobre a crise climática. Ele ressaltou que a COP30 deve ser um espaço para responsabilizar os governantes e discutir ações concretas para limitar o aquecimento global a 1,5ºC. O presidente também mencionou a dívida dos países desenvolvidos, que ultrapassa US$ 1,3 trilhão por ano em relação às mudanças climáticas, e a necessidade de proteger a Amazônia e as comunidades que dela dependem.