Botafogo recebe intimação judicial em ação da Eagle contra SAF e Textor

O juiz Márcio Rodrigues Soares, da 2ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, intimou o Botafogo de Futebol e Regatas a responder a uma ação da Eagle Holding. A intimação, recebida pelo clube na terça-feira, 24 de outubro, exige uma resposta em até cinco dias. A ação busca impedir que Jhon Textor, controlador da SAF do Botafogo, tome decisões sem a consulta à Eagle.

A tutela cautelar pede a suspensão dos efeitos da assembleia-geral da SAF realizada em 17 de julho e proíbe novos atos societários sem a representação da Eagle Bidco. Além disso, a ação questiona a validade de contratos firmados entre a SAF e empresas ligadas a Textor. A Ares Management, que representa a Eagle, argumenta que a falta de um acordo de acionistas pode prolongar os conflitos judiciais.

Entre os desdobramentos, a Ares sugere a possibilidade de processos criminais contra Textor e outros membros do clube, citando indícios de estelionato e formação de quadrilha. A ata da reunião de 17 de julho, onde Textor presidiu o Conselho de Administração, é utilizada como evidência de irregularidades. A reunião aprovou a venda do controle da SAF a uma nova empresa registrada nas Ilhas Cayman, o que gerou preocupações sobre a transparência das operações.

A Ares também questiona se o clube tomará partido de Textor ou da legislação. No mesmo dia da assembleia, o novo administrador da Eagle solicitou a saída de Textor do controle. A ação pede a proibição de atos societários sem a devida representação da Eagle Bidco, especialmente em relação a um crédito de 150 milhões de euros que a SAF alega ter recebido do Lyon. A Ares argumenta que esse valor foi devolvido a Textor com um desconto significativo, o que poderia resultar em uma conversão em ações.

A situação gera incertezas sobre o futuro do Botafogo, com a expectativa de que um acordo judicial possa evitar danos maiores ao clube e ao seu desempenho no futebol.