EUA podem impor novas sanções e tarifas após prisão de Bolsonaro, afirma Eduardo

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou que os Estados Unidos planejam novas sanções contra o Brasil, em meio ao julgamento de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista ao Financial Times, Eduardo afirmou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, "já esgotou todas as suas opções" em relação ao ex-presidente.

Eduardo mencionou que o governo americano pode aplicar penalidades a juízes brasileiros e até cancelar vistos. Ele destacou que o ex-presidente Donald Trump ainda possui alternativas, como sancionar mais autoridades e intensificar as tarifas sobre produtos brasileiros. "Acredito que pode haver uma forte resposta dos EUA, talvez sancionando a esposa de Moraes", disse Eduardo.

Reuniões na Casa Branca

O deputado está programado para se reunir com autoridades da Casa Branca nesta quarta-feira, 13, para discutir essas possíveis sanções. Na semana passada, Moraes impôs novas restrições a Jair Bolsonaro, incluindo prisão domiciliar e proibição de comunicação com Eduardo. Essas medidas foram justificadas pela alegação de que ambos buscavam apoio internacional para influenciar o julgamento.

Moraes, que já enfrenta sanções sob a lei Magnitsky, teve seus bens bloqueados nos EUA devido a práticas de censura e detenções arbitrárias. A relação entre Brasil e EUA está em um ponto crítico, marcado por trocas de acusações e barreiras comerciais, especialmente em função do processo contra Jair Bolsonaro, acusado de tentar permanecer no poder após a derrota eleitoral de 2022.

Impactos Econômicos

As tarifas de 50% impostas por Trump ao Brasil, as mais altas já aplicadas a um parceiro comercial americano, entraram em vigor recentemente. Produtos como suco de laranja e petróleo estão isentos, mas itens importantes como carne e café continuam sujeitos a taxas, o que pode inviabilizar exportações brasileiras desses produtos.

Eduardo Bolsonaro defende que suas ações visam proteger a democracia e impedir que o julgamento de seu pai avance sem uma reação internacional. Ele planeja também levar a questão das sanções ao Parlamento Europeu, buscando apoio adicional contra o STF brasileiro.