São Paulo lidera em roubos de celular, com um em cada cinco assaltos registrados
Criminosos utilizam celulares roubados para aplicar golpes financeiros, aumentando os riscos para as vítimas em todo o Brasil

Placas de alerta sobre roubos de celulares foram colocadas próximas ao cruzamento da Avenida Faria Lima com a Avenida Rebouças, na zona oeste de São Paulo. (Foto: WERTHER SANTANA/ESTADAO)
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O Brasil enfrenta um aumento alarmante nos roubos e furtos de celulares, especialmente em grandes cidades como São Paulo, onde gangues atuam de forma organizada. Dados do Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam que 79,6% dos roubos ocorrem em via pública, com a capital paulista concentrando 18,5% dos casos, apesar de representar apenas 5,6% da população nacional.
Em 2024, São Paulo registrou 1.425 ocorrências de roubos e furtos de celular por 100 mil habitantes, ficando atrás apenas de São Luís e Belém. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que operações como a Big Mobile já recuperaram mais de 27 mil aparelhos. Além disso, a Polícia Militar implementou uma ferramenta em parceria com o Google, permitindo o bloqueio remoto de celulares subtraídos.
A popularização de métodos de pagamento como o Pix tem tornado o roubo de celulares ainda mais lucrativo. Os criminosos não apenas vendem os aparelhos, mas também os utilizam para aplicar golpes financeiros. Em 2023, o Brasil registrou 917 mil casos de furtos ou roubos de celulares, uma queda de 13,4% em relação ao ano anterior, mas ainda em níveis elevados, com 431 casos por 100 mil habitantes.
Aumento dos Golpes Virtuais
Os dados também mostram que, em 2023, quase 2,2 milhões de casos de estelionatos foram registrados no país, um aumento de 7,8%. Especialistas alertam que a rapidez com que os dados dos celulares são acessados pelos criminosos é preocupante. Renato Sergio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, destaca que em apenas 10 minutos os dados de um celular podem ser invadidos.
As vítimas, predominantemente homens entre 20 e 39 anos, enfrentam riscos não apenas de perda material, mas também de extorsão. Casos de pessoas que tiveram seus grupos de WhatsApp invadidos e foram extorquidas por dinheiro têm se tornado comuns. A recuperação de aparelhos é alarmantemente baixa, com apenas 35,6 mil dos 917 mil celulares subtraídos sendo recuperados pelas polícias.
Medidas de Segurança
A SSP e outras forças de segurança têm tentado implementar medidas para combater essa onda de crimes. No entanto, a falta de articulação entre policiamento ostensivo e investigativo é um ponto crítico. A redução de 7,3% nos registros de receptação em 2023 indica que as investigações não estão acompanhando a evolução dos crimes.
Casos de vítimas como Larissa Eloi e Ana Paula Alcantara ilustram a gravidade da situação. Ambas enfrentaram situações traumáticas após terem seus celulares roubados, resultando em extorsões e dificuldades emocionais. As autoridades continuam a buscar soluções, mas a necessidade de um planejamento mais eficaz e uso de tecnologia é evidente.
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