Deputados bolsonaristas podem ser punidos por participação em motim

O corregedor da Câmara, Diego Coronel (PSD-BA), anunciou que irá acelerar a análise do caso dos 14 bolsonaristas envolvidos no motim da semana passada. O prazo para a entrega do parecer é de 45 dias, após o qual a Mesa Diretora decidirá se os casos serão encaminhados ao Conselho de Ética. Essa decisão é vista como uma nova derrota para o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que havia considerado a suspensão sumária dos mandatos dos envolvidos.

A situação gerou críticas do PT, que alertou que as consequências podem ser brandas, sugerindo que o desfecho pode ser insatisfatório. Motta, sob pressão, alterou a pauta da Câmara, desviando a atenção de projetos do governo e do bolsonarismo, especialmente após a viralização de um vídeo do influenciador Felca sobre adultização.

Desdobramentos no Senado

No Senado, a cúpula da Casa indicou a possibilidade de reativar o Conselho de Ética, atualmente sem presidente formal. Contudo, essa medida não está diretamente relacionada ao motim ocorrido na Câmara, mas surge em meio a tensões provocadas por medidas cautelares do STF contra Marcos do Val (Podemos-ES).

O programa de áudio Café da Manhã desta quinta-feira (14) discute como deputados e senadores podem ser punidos pelo próprio Congresso. A cientista política Beatriz Rey, da Universidade de Lisboa, analisa os mecanismos de fiscalização e as dificuldades enfrentadas nas duas Casas, além de sugerir melhorias para a punição de parlamentares. O episódio é apresentado por Gabriela Mayer e Gustavo Simon e está disponível no Spotify.