Nove suspeitos do Comando Vermelho são presos em operação em Teresópolis

Nove suspeitos de integrar o Comando Vermelho (CV) foram detidos nesta quinta-feira (22) em Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, durante uma operação conjunta do Ministério Público, Polícia Civil e Polícia Militar. A ação visou o grupo que controla o tráfico de drogas no Complexo PPR, que abrange as comunidades do Perpétuo, Pimentel e Rosário.

O chefe do tráfico na região, Carlos Eduardo Santos da Silva, é considerado foragido e é acusado de tortura e homicídios. Investigações indicam que ele lidera um grupo que impõe regras nas comunidades, incluindo normas de convivência e ordens de homicídios e torturas. A defesa de Silva não foi localizada.

A investigação teve início após a prisão de um suspeito que tentava transportar mais de R$ 50 mil em espécie de Teresópolis para Duque de Caxias. A polícia apurou que os traficantes diversificaram suas atividades ilícitas, incluindo fornecimento clandestino de internet e cobrança de taxas por energia elétrica.

O Ministério Público denunciou oito pessoas: cinco por associação para o tráfico de drogas e três por tortura e associação criminosa. Dois episódios de tortura foram identificados, um deles envolvendo uma vítima agredida por suposto furto de drogas. Outro caso envolveu um integrante da facção torturado em um acerto de contas.

Operação Mountain Belt

Os mandados de prisão foram expedidos pelos Juízos da 1ª e 2ª Vara Criminal de Teresópolis e fazem parte da operação Mountain Belt, coordenada pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência, da 110ª DP (Teresópolis) e do 30º Batalhão da PM.

Nos últimos anos, o Comando Vermelho tem expandido seu domínio no estado, disputando território com grupos rivais e milicianos em municípios como Petrópolis, Nova Friburgo e Teresópolis. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que a área sob controle de grupos armados na região metropolitana do Rio de Janeiro dobrou nos últimos dezesseis anos, passando de 8,8% em 2008 para 18,2% em 2023. O CV aumentou seu domínio territorial em 89,2%, controlando 51,9% das áreas sob influência de grupos criminosos.