Política

Crise em Moçambique: protestos e violência marcam novo capítulo político

Moçambique enfrenta crise política após eleições de outubro de 2024, com Frelimo contestada. Protestos liderados por Mondlane resultaram em 315 mortes e milhares de detenções. Violência direcionada a membros do Podemos intensifica a repressão governamental. Divisões internas na Frelimo e busca por alternativas políticas pela juventude. Comunidade internacional critica, mas ações concretas contra o governo são escassas.

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Moçambique enfrenta uma grave crise social e política desde as eleições gerais de 9 de outubro de 2024. O candidato da Frelimo, Daniel Chapo, foi declarado vencedor com 70,67% dos votos, mas a grande surpresa foi a segunda colocação de Venâncio Mondlane, do Podemos, que obteve 20,32%. Este resultado, contestado por observadores internacionais, levou o Conselho Constitucional a revisar os números, aumentando os votos de Mondlane para 24% e reduzindo os de Chapo para 65%. Essa mudança gerou protestos massivos nas ruas, iniciados em 21 de outubro, sob a liderança de Mondlane, que se autoproclamou presidente.

A resposta do governo aos protestos foi violenta, com relatos de 315 mortes e 4.236 detenções ilegais até 21 de janeiro, conforme a Plataforma DECIDE. A brutalidade policial foi amplamente documentada, incluindo vídeos de manifestações em que a polícia disparou contra manifestantes. Além disso, mais de 25 membros do Podemos foram assassinados, refletindo a repressão direcionada a opositores. A história política de Moçambique, marcada pela luta pela independência e pela guerra civil, contribui para a atual concentração de poder na Frelimo, que se mantém no controle por meio de manobras políticas e manipulação eleitoral.

Desde o acordo de paz de 1992, a Frelimo tem enfrentado contestações eleitorais, mas a falta de alternância de poder e a desigualdade na distribuição de recursos levaram a Renamo a retomar a luta armada em 2012. Embora um novo acordo de paz tenha sido assinado em 2019, a Frelimo conseguiu reverter avanços na descentralização, mantendo o controle sobre o Estado. A morte do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, deixou um vácuo de liderança, enquanto a criação do Podemos por dissidentes da Frelimo introduziu novas dinâmicas na oposição.

Atualmente, a juventude moçambicana, desiludida com a política tradicional, vê em Mondlane uma alternativa. No entanto, sua agenda parece estar mais ligada à sua figura pessoal do que a um partido consolidado. Enquanto isso, Chapo continua a implementar seu governo, ignorando as tensões sociais e as críticas internacionais. A composição ministerial reflete uma continuidade da Frelimo, sem inclusão de outras forças políticas. A comunidade internacional, embora crítica, ainda não tomou medidas concretas para pressionar o governo, deixando a população como a principal força para uma possível mudança estrutural no país.

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