Gabonenses se preparam para eleições em meio a promessas de mudança e desafios persistentes

Landry Obame-Mezui, um taxista de quarenta anos em Libreville, Gabão, agora dirige um novo veículo, símbolo das promessas do líder de transição, Gen Brice Oligui Nguema. Desde o golpe de estado em agosto de 2023, Oligui Nguema, que enfrenta uma taxa de desemprego juvenil de 40%, disponibilizou mais de oitocentos carros para jovens por meio de um esquema de compra a prazo. Obame-Mezui expressa otimismo, afirmando que sua nova situação lhe oferece uma base para empreender.

As eleições presidenciais e gerais estão marcadas para este sábado, e Oligui Nguema é o favorito. Sua campanha é visível em toda a cidade, com cartazes e outdoors que dominam o espaço público. No entanto, a falta de entusiasmo entre os eleitores é notável. Shonnys Akoulatele, uma potencial eleitora, critica a superficialidade da campanha, afirmando que os candidatos não apresentam mudanças significativas em relação ao passado.

Os oponentes de Oligui Nguema incluem Alain Claude Bilie-by-Nze, ex-primeiro-ministro, e outros que foram parte do antigo regime. Apesar de todos tentarem se distanciar da administração anterior, analistas políticos questionam a autenticidade da mudança, já que muitos dos atuais líderes estiveram envolvidos com os Bongo. Oligui Nguema, por sua vez, enfatiza sua luta contra a corrupção e promete continuar os projetos de infraestrutura se for eleito.

Embora a nova constituição e o código eleitoral tenham sido criticados por favorecer Oligui Nguema, seus apoiadores acreditam que ele representa uma verdadeira ruptura com o passado. A expectativa é que as eleições marquem o fim da dinastia Bongo, que governou por mais de cinquenta anos, mas a dúvida persiste sobre a real transformação política no país.