Brasileiros na Alemanha expressam preocupação com o crescimento da direita radical

As eleições parlamentares na Alemanha, realizadas no último domingo (23), reafirmaram a ascensão da direita radical, com o Alternative für Deutschland (AfD) conquistando 20,6% dos votos, ficando em segundo lugar. O União Democrata-Cristã (CDU) liderou com 28,6%, impulsionado por um discurso anti-imigração que ressoou entre os eleitores, especialmente em relação ao aumento de refugiados. A líder do AfD, Alice Weidel, apoiou um projeto de "remigração", gerando protestos e levando o partido a se distanciar da ideia durante a campanha.

A crescente hostilidade em relação aos imigrantes preocupa brasileiros que residem na Alemanha. Gabriela Badain, estudante de 27 anos, expressou sua impotência diante do avanço da direita radical e a sensação de exclusão. A Saxônia, onde reside, tornou-se um bastião do AfD, que obteve a segunda maior bancada no Parlamento local. Dados de 2024 indicam que 13,3% da população acredita que o país está ameaçado por estrangeiros, refletindo um clima de insegurança.

Luciano Luz, entregador de comida, também relatou experiências de discriminação, como um incidente em que um passageiro de carro lhe jogou água. Apesar de ter enfrentado preconceito, ele observa um crescimento da apatia em relação à direita radical. Luciano planeja retornar ao Brasil, sentindo falta da família e do clima do país. Por outro lado, Éder Souza, que se mudou para a Alemanha em 2018, não pretende deixar o país, embora reconheça o aumento do nacionalismo e da xenofobia.

A polarização política é acentuada por figuras como Elon Musk, que apoiou o AfD, gerando controvérsia. A presença de imigrantes que apoiam partidos anti-imigração é uma questão complexa, refletindo divisões dentro da sociedade. O crescimento da extrema direita na Alemanha, assim como em outros países, continua a ser uma preocupação para muitos, especialmente para aqueles que enfrentam diariamente a hostilidade e a discriminação.