Denúncia contra Bolsonaro abre caminho para Tarcísio e outros candidatos da direita

A defesa de Jair Bolsonaro solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que declare impedidos os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin de julgar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente e outras 33 pessoas, incluindo ex-ministros e membros das Forças Armadas. No mesmo dia, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), classificou a denúncia como “revanchismo”. A situação atual abre espaço para novos candidatos à direita nas eleições de 2026, especialmente com a inelegibilidade de Bolsonaro até 2030.

A estratégia do advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, inclui questionar a condução da denúncia e levantar questões sobre o devido processo legal, como a relatoria de Alexandre de Moraes. A expectativa é que o STF analise a denúncia ainda em 2025, visando evitar contaminações no processo eleitoral. Se condenado, Bolsonaro poderá ser preso. Além disso, ele enfrenta condenações anteriores por abuso de poder político e econômico, o que reforça sua situação de inelegibilidade.

O senador Ciro Nogueira, presidente do Progressistas, alertou que a insistência de Bolsonaro em se apresentar como candidato pode levar um de seus filhos, Flávio ou Eduardo, a concorrer contra Lula em 2026. Nogueira enfatizou que, para que Tarcísio ou Ratinho Júnior (PSD) se tornem alternativas viáveis, Bolsonaro precisa decidir seu apoio ainda este ano. Tarcísio, embora negue publicamente a candidatura, é pressionado por atores políticos e do mercado.

A situação de Bolsonaro é complexa, com a denúncia da PGR e a possibilidade de se tornar réu no STF por crimes graves. Apesar disso, ele mantém sua candidatura em aberto, afirmando que “só eu morto vão saber outro candidato”. O cenário atual sugere que, caso a candidatura seja registrada, poderá ser barrada na Justiça, forçando a apresentação de outro nome. Nogueira já declarou que tanto Flávio quanto Eduardo seriam bons candidatos, expressando preferência por um Bolsonaro na corrida eleitoral.