Milei conquista liderança no Legislativo de Buenos Aires e se fortalece para outubro

A candidatura de Manuel Adorni, apoiada pelo presidente Javier Milei, obteve sucesso nas eleições legislativas em Buenos Aires, realizadas no último domingo (18). Com 30% dos votos, Adorni superou o deputado peronista Leandro Santoro, que alcançou 27,4%. O partido PRO, do ex-presidente Mauricio Macri, teve seu pior desempenho em 20 anos, com apenas 15,9% dos votos.

A participação eleitoral foi baixa, com apenas 50% dos eleitores comparecendo às urnas, refletindo uma das menores taxas de participação na história das eleições legislativas da cidade. As listas dos três grupos garantirão cadeiras na câmara local, com o peronismo agora ocupando 20 cadeiras, A Liberdade Avança com 13 e o PRO com 10.

Contexto da Eleição

A disputa não se limitou à renovação do Legislativo local, mas também refletiu uma batalha pelo domínio da direita na Argentina. O grupo de Milei buscava se afirmar como a principal força política, enquanto o peronismo tentava conquistar um eleitorado dividido. Adorni conquistou a maioria dos votos em bairros mais ricos do norte, enquanto Santoro teve apoio no sul da cidade.

A separação das eleições locais das nacionais, decidida por Macri, visava evitar a influência de Milei. No entanto, a campanha acirrada entre os dois líderes evidenciou a tensão entre as diferentes correntes da direita argentina. Milei criticou Macri e seus aliados, destacando a fragilidade do PRO.

Reações e Implicações

Após a vitória, Milei celebrou o resultado, afirmando que a força política de A Liberdade Avança se consolidou em Buenos Aires. Ele destacou a importância do triunfo, que, segundo ele, representa uma escolha entre "decadência" e "liberdade". Adorni também se manifestou, ressaltando que a vitória duplicou os votos obtidos nas eleições anteriores.

Por outro lado, Santoro reconheceu que os resultados indicam uma mudança na representação dos portenhos, enquanto a deputada do PRO, Silvia Lospennato, admitiu que o desempenho do partido não foi o esperado. A disputa acirrada e os desdobramentos políticos prometem impactar as próximas eleições nacionais, marcadas para outubro.