22 de mai 2025

Deepfake nas eleições de Buenos Aires provoca discussão sobre regulação das redes
Vídeo deepfake de Mauricio Macri viraliza antes da eleição em Buenos Aires, gerando polêmica sobre fraude digital e liberdade de expressão.
Foto:Reprodução
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A campanha eleitoral de 2025 em Buenos Aires foi marcada por um incidente inédito: um vídeo deepfake que simulava o ex-presidente Mauricio Macri apoiando o candidato Manuel Adorni, do partido La Libertad Avanza, viralizou na véspera da votação. O material, que alegava a retirada da candidatura de Silvia Lospennato do PRO, gerou intensos debates sobre fraude digital e liberdade de expressão.
O vídeo, divulgado em 17 de maio, apresentava tecnologia avançada, como sincronização labial e tonalidade de voz realista, dificultando a identificação de sua falsidade. A peça foi amplificada por uma rede de contas ligadas ao governo nacional, com o objetivo de confundir eleitores do PRO e redirecionar votos para Adorni. O resultado foi a vitória do partido de Milei, que conquistou 30% dos votos, desbancando o PRO para o terceiro lugar.
Imediatamente após a circulação do vídeo, Macri usou suas redes sociais para desmentir o conteúdo, chamando-o de "grave ato de desrespeito às regras eleitorais". O PRO protocolou uma denúncia na Corte Eleitoral, que determinou a remoção do vídeo, considerando o risco de violação ao direito a um voto informado. No entanto, não houve punições para os responsáveis pela disseminação do conteúdo.
Reações e Implicações
O presidente Javier Milei comentou o episódio, defendendo a liberdade de expressão e afirmando que o Estado não estava envolvido na criação do vídeo. Ele destacou que a divulgação do material não deveria ser criminalizada, afirmando que "perseguir quem está nas redes sociais é uma loucura".
As diferenças nas abordagens sobre o uso de deepfakes entre Argentina e Brasil são notáveis. No Brasil, a legislação eleitoral proíbe a manipulação digital de imagens e vozes, com penalidades severas para os envolvidos. A situação em Buenos Aires levanta questões sobre a integridade democrática e o impacto da tecnologia nas eleições, refletindo um cenário complexo e desafiador para a política contemporânea.
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