Política

Chega conquista Beja e altera cenário político em Portugal após décadas de esquerda dominante

Ascensão do Chega em Portugal marca fim do bipartidarismo, com 22,5% dos votos e descontentamento crescente entre eleitores tradicionais.

Miguel Água-Doce, antigo votante comunista e atualmente seguidor do partido ultradirechista Chega, ante um cartel de André Ventura em Beja. (Foto: PACO PUENTES)  
VITÓRIA DE PIRRO - O primeiro-ministro Luís Montenegro, reeleito: concessões para o ideário dos grupos radicais. (Foto: Filipe Amorim/AFP)

Miguel Água-Doce, antigo votante comunista e atualmente seguidor do partido ultradirechista Chega, ante um cartel de André Ventura em Beja. (Foto: PACO PUENTES) VITÓRIA DE PIRRO - O primeiro-ministro Luís Montenegro, reeleito: concessões para o ideário dos grupos radicais. (Foto: Filipe Amorim/AFP)

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Portugal viveu uma transformação política significativa nas eleições de 18 de maio de 2024. O partido de extrema direita Chega alcançou 22,5% dos votos, marcando uma ascensão histórica. O resultado representa um forte declínio para os partidos tradicionais, como o Partido Socialista e o Partido Comunista, que perderam apoio considerável.

Em Beja, uma cidade do Alentejo, o Chega obteve 27% dos votos, superando a coalizão conservadora Aliança Democrática, que ficou com 24%. Os socialistas e comunistas ficaram em terceiro e quarto lugares, respectivamente. Miguel Água-Doce, um eleitor que mudou seu voto para o Chega, afirmou que as pessoas estão cansadas de “50 anos de Partido Socialista e Partido Social Democrata”.

O descontentamento popular se reflete em várias questões locais, como a falta de moradia e emprego, além do aumento da imigração. A chegada de imigrantes, especialmente após 2017, gerou tensões na comunidade. Ana Ademar, que coordena um projeto cultural em Beja, destacou que “o preconceito contra os ciganos é antigo”, mas o ressentimento em relação aos imigrantes é mais recente.

A retórica anti-imigração do Chega ressoou entre os eleitores, que buscam soluções para problemas econômicos e sociais. Rui Cristina, deputado eleito pelo Chega, criticou a falta de atenção do governo central às necessidades do Alentejo, afirmando que “as regiões do sul são as grandes esquecidas”.

A ascensão do Chega também reflete uma mudança no comportamento eleitoral. O Partido Comunista, antes um bastião da classe trabalhadora, perdeu credibilidade. Pedro do Carmo, o único deputado socialista por Beja, reconheceu que “o partido da protesto passou a ser a extrema direita”. O fenômeno é parte de uma tendência global de crescimento do populismo, que tem encontrado eco em diversas partes do mundo.

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