Lula enfrenta crises e se iguala a Bolsonaro no terceiro ano de governo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta uma alta desaprovação, com índices semelhantes aos de Jair Bolsonaro em 2021, a menos de um ano e meio das eleições de reeleição. Recentes crises, como a do INSS, têm impactado sua popularidade, especialmente entre os brasileiros de baixa renda.

As pesquisas indicam que 57% dos brasileiros desaprovam a gestão de Lula, conforme dados da Quaest. Essa situação é comparável à de Bolsonaro em abril de 2021, quando a CPI da Covid-19 estava em evidência. Enquanto Bolsonaro lidava com a pandemia, Lula agora enfrenta a crise do INSS, que pode resultar em uma nova CPI, minando a percepção de melhora econômica que suas pesquisas internas sugeriam.

A diretora do Ipec, Márcia Cavallari, destaca que Lula apresenta a maior desaprovação de seus três mandatos. Desde janeiro, o governo enfrentou crises como a do Pix e do IOF, resultando em uma rejeição crescente. Para reverter essa situação, Lula precisará implementar mudanças significativas em sua comunicação e gestão.

Desafios e Comparações

A comparação entre Lula e Bolsonaro revela que ambos enfrentaram desafios semelhantes em momentos críticos de seus mandatos. Em 2021, Bolsonaro adotou um "pacote de bondades" para recuperar sua popularidade, enquanto Lula ainda não definiu uma estratégia clara para reverter sua desaprovação. A aliança com partidos como PP e União Brasil, que já articulam candidaturas de oposição, também complica a situação do petista.

Apesar dos índices ruins, Lula ainda lidera as sondagens eleitorais, mas vê seus adversários se aproximarem. A confiança na figura do presidente caiu drasticamente, com 58% dos brasileiros afirmando desconfiar dele. Essa variável é crucial para a reputação de um governante, e Lula precisa recuperar essa confiança para se fortalecer na corrida eleitoral.

Percepção da População

Embora a pesquisa indique que 36% dos brasileiros acreditam que suas vidas melhoraram desde a volta de Lula à presidência, essa percepção não se reflete igualmente entre as classes sociais. A aprovação entre os mais pobres caiu de 69% para 50%, evidenciando uma desconexão entre a melhora de vida percebida e a avaliação do governo.

Lula e Bolsonaro compartilham os piores índices de desaprovação a cerca de um ano e meio de suas tentativas de reeleição. Enquanto Lula busca reverter sua situação, a história mostra que a recuperação é possível, mas dependerá de fatores como a definição de candidatos adversários e a capacidade de reconquistar a confiança da população.