Bolsonaro revela estratégia para estabelecer 'poder paralelo' no Congresso

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está focado em garantir a maioria no Congresso Nacional até 2027, buscando criar um poder paralelo para desafiar o STF (Supremo Tribunal Federal). Desde que deixou a Presidência, ele enfatiza a necessidade de eleger aliados no Senado, que tem o poder de aprovar o impeachment de ministros da corte.

Recentemente, Bolsonaro afirmou que, com a maioria no Senado e na Câmara, teria mais poder que a própria Presidência. Em um ato na Avenida Paulista, ele declarou que, independentemente de sua situação pessoal, quem liderar com essa maioria "mandará mais que o presidente da República". A estratégia inclui promover candidaturas de aliados e familiares nas eleições de 2026.

Estratégia de Candidaturas

Bolsonaro está avaliando candidatos do PL e negociando com partidos aliados, como União Brasil e Republicanos, para garantir apoio em todos os estados. A prioridade é escolher candidatos que se comprometam a apoiar ações contra ministros do STF, especialmente Alexandre de Moraes. O ex-presidente acredita que a eleição de 2026 será marcada pelo embate com o Supremo.

Aliados de Bolsonaro estimam que o PL pode eleger até 50 senadores com o apoio de outras siglas. O senador Rogério Marinho (PL-RN) é cotado para a presidência do Senado. A estratégia de Bolsonaro também inclui a possibilidade de sua família ocupar cargos no Congresso, com nomes como Michelle Bolsonaro e Carlos Bolsonaro sendo considerados para candidaturas.

Cenário Político

A obsessão de Bolsonaro pelo Senado reflete a necessidade de um controle que possa garantir a efetividade de suas propostas, como a anistia a bolsonaristas. O ex-presidente reconhece que, mesmo com um sucessor no Palácio do Planalto, seus poderes são limitados dentro da democracia. A principal negociação será assegurar que o Senado permaneça sob sua influência, permitindo ações contra o STF.

Enquanto isso, o cenário político se intensifica com a disputa entre governadores de direita e outros pré-candidatos à Presidência. A estratégia de Bolsonaro visa não apenas a eleição de um sucessor, mas também a consolidação de um poder que possa resistir às decisões do Supremo.