02 de jul 2025

Bolsonaro propõe divisão de 50% do Congresso em nova pauta de protesto
Bolsonaro busca apoio para eleger 50% do Congresso em 2026, visando fortalecer sua base e facilitar pautas controversas.

Jair Bolsonaro, ex-presidente da República, durante ato na Paulista (Foto: Roberto Sungi/Ato Press/Estadão Conteúdo)
Ouvir a notícia:
Bolsonaro propõe divisão de 50% do Congresso em nova pauta de protesto
Ouvir a notícia
Bolsonaro propõe divisão de 50% do Congresso em nova pauta de protesto - Bolsonaro propõe divisão de 50% do Congresso em nova pauta de protesto
Em um evento realizado na Avenida Paulista, Jair Bolsonaro (PL) convocou seus apoiadores a elegerem 50% da Câmara dos Deputados e do Senado nas eleições de 2026. Essa estratégia visa fortalecer sua base política e facilitar a aprovação de pautas prioritárias, como a anistia aos participantes dos atos de 8 de janeiro.
Especialistas alertam que essa movimentação pode resultar em um enfraquecimento das instituições. Com uma maioria no Congresso, o bolsonarismo teria mais chances de avançar com projetos controversos, incluindo pedidos de impeachment de ministros do STF. A proposta de anistia, que enfrenta resistência na sociedade e entre parlamentares, poderia ganhar força com aliados fiéis.
A análise de cientistas políticos indica que o discurso de Bolsonaro levanta preocupações sobre uma possível ruptura institucional. Marco Teixeira, doutor em gestão e políticas públicas, observa que líderes autocráticos frequentemente alteram instituições para garantir apoio e proteção. Leandro Consentino, professor de ciência política, destaca que a direita busca mudar o perfil do Senado para confrontar o judiciário.
Poder do Legislativo
Desde a aprovação do "orçamento impositivo" em 2015, o Congresso ganhou mais poder, sendo obrigado a liberar recursos das emendas aos parlamentares. Para Lara Mesquita, professora na FGV, o Legislativo busca controlar mais da metade do orçamento, o que altera a dinâmica entre os poderes.
A renovação de dois terços do Senado em 2026 é vista como crucial para o bolsonarismo. Para aprovar o impeachment de ministros do STF, seriam necessários 54 votos, o que implica conquistar 39 das novas cadeiras. O apoio do centrão é considerado essencial, já que esse grupo prioriza recursos em vez de uma erosão democrática.
Bolsonaro afirma que seu objetivo é ampliar a representação de uma maioria silenciosa, que, segundo ele, tem sido excluída dos espaços institucionais. Ele nega qualquer intenção de atuar fora dos marcos legais e democráticos, mas especialistas alertam que buscar uma maioria para enfraquecer instituições representa um risco à democracia.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.