Tijuana antecipa estado de emergência para enfrentar possível deportação em massa

A Câmara Municipal de Tijuana aprovou, por unanimidade, uma declaração de emergência nesta terça-feira, permitindo a liberação de fundos locais para preparar a cidade para receber milhares de migrantes. A medida surge em resposta à promessa do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de realizar "a maior deportação em massa da História" ao assumir o cargo. Tijuana, situada na fronteira entre México e EUA, é um dos principais destinos para aqueles que tentam entrar nos Estados Unidos, seja de forma irregular ou solicitando asilo.

A declaração foi feita a menos de uma semana da posse de Trump, que também anunciou a intenção de declarar estado de emergência nos EUA e utilizar as Forças Armadas para expulsar imigrantes em situação irregular. As ações de contingência incluem a contratação de serviços diversos, como aluguel de locais para albergues e serviços jurídicos, além da realização de obras. A Câmara Municipal também planeja coordenar com autoridades estaduais e federais para buscar orçamento adicional.

O prefeito de Tijuana, Ismael Burgueño, destacou que a medida visa "garantir as condições no momento em que recebermos os irmãos migrantes e aos que forem deportados, e garantir-lhes um tratamento digno". Ele também mencionou que a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, está acompanhando as ações preventivas em colaboração com o estado. Tijuana, com mais de dois milhões de habitantes, abriga diversos albergues que acolhem migrantes de várias partes do mundo.

Além disso, a cidade é lar dos postos de controle San Ysidro e Otay Mesa, que conectam Tijuana a San Diego, sendo considerados os maiores locais de travessia internacional. O governo mexicano anunciou um plano para lidar com as deportações, priorizando migrantes nacionais e incluindo um aplicativo com um "botão de alerta". Este recurso permitirá que aqueles sob risco de detenção iminente nos EUA alertem o consulado mexicano mais próximo.