Bolsonaro defende anistia e articula apoio a Hugo Motta na presidência da Câmara

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que Hugo Motta (Republicanos-PB), candidato à presidência da Câmara dos Deputados, deve seguir o regimento interno e pautar o projeto de anistia aos presos do 8 de janeiro, caso o regime de urgência seja aprovado. Em entrevista à Revista Oeste, Bolsonaro afirmou: "O compromisso dele comigo é seguir o regimento" e alertou que, se isso não ocorrer, os parlamentares do PL podem obstruir a pauta, complicando a situação no Congresso. A eleição para a presidência da Câmara está agendada para 1 de fevereiro, e Motta conta com amplo apoio entre os partidos.

Bolsonaro também criticou a candidatura de Marcos Pontes (PL-SP) ao Senado, considerando-a uma tentativa de "protesto", já que Pontes havia declarado apoio a Davi Alcolumbre (União-AP), o principal candidato à presidência do Senado. Ele destacou que ajudou Pontes em sua campanha anterior e sugeriu que, em vez de protestar, ele deveria votar em outro candidato. O ex-presidente reconheceu os desgastes que sua posição pode ter causado, mas enfatizou a importância de fortalecer seu grupo político para as eleições de 2026.

Em relação ao apoio a Alcolumbre, Bolsonaro justificou que a articulação busca garantir espaços na Mesa Diretora e facilitar a pauta de projetos de interesse da extrema-direita, como a anistia. Ele criticou a candidatura de Rogério Marinho (PL-RN) em 2023, que resultou em uma derrota, e afirmou que, sem a Mesa Diretora, o grupo ficaria sem poder convocar ministros. A expectativa é que, na ausência de Alcolumbre, o projeto de anistia possa ser votado.

Bolsonaro reiterou que o apoio a Alcolumbre não implica em uma mudança de postura, mas que a anistia pode ser pautada caso ele não esteja presente. Ele negou que Motta tenha garantido a deputados governistas que o projeto não seria discutido, afirmando que o compromisso é de não engavetar a proposta. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) acrescentou que Motta deve seguir o estilo de Arthur Lira (PP-AL), que sempre manteve o controle da pauta no plenário.