Violência supera economia como principal preocupação dos brasileiros, aponta pesquisa

A última pesquisa da Quaest revela uma queda na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a violência se destacando como a principal preocupação dos brasileiros, mencionada por 26% dos entrevistados, superando a economia, que ficou em 21%. Embora os pesquisadores alertem para não associar diretamente a queda na popularidade de Lula ao aumento da preocupação com a segurança, é evidente que a insatisfação com as medidas atuais impacta a percepção do governo. A pesquisa indica que a população clama por ações mais efetivas, especialmente em relação à PEC da Segurança, que avança lentamente devido à falta de consenso entre os níveis de governo.

A violência, que em dezembro de 2023 ocupava a quarta posição entre os problemas do país, agora ultrapassou temas como corrupção e saúde, refletindo um aumento de 5 pontos percentuais em apenas um mês. Estima-se que 23,5 milhões de brasileiros acima de 16 anos residam em áreas com forte presença do crime organizado, enquanto o restante da população vive sob constante medo. A situação exige uma resposta coordenada entre os governos federal e estaduais, já que a atual estrutura institucional favorece a infiltração do crime nas esferas política e econômica.

A proposta da PEC da Segurança visa aumentar o protagonismo do governo federal e promover ações integradas, sendo uma prioridade para os novos presidentes da Câmara e do Senado. Recentemente, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, fez alterações no texto para atender às demandas de governadores, esclarecendo a subordinação das polícias aos estados e eliminando dúvidas sobre a interferência federal. Essa nova versão da PEC é vista como um avanço institucional, embora não resolva todos os problemas relacionados à segurança pública.

Além da aprovação da PEC, é fundamental que os governadores atuem para evitar a infiltração do crime nas instituições e que o governo federal promova a integração de bancos de dados, essencial para a inteligência no combate ao crime. A situação nos presídios, que alimentam o crime organizado, também requer atenção. Embora essas ações não sejam simples, são necessárias para atender à angústia da população, evidenciada pelos dados da pesquisa.