A esquerda contemporânea perde método e se afasta do legado bolchevique

A esquerda contemporânea enfrenta críticas sobre sua capacidade de apresentar alternativas criativas ao capitalismo. Acusações apontam que o grupo se transformou em um coletivo ressentido, focado em queixas em vez de propor ações efetivas contra o sistema.

A análise sugere que a perda do método bolchevique é um fator crucial para essa situação. O autor argumenta que a esquerda não apenas abandonou a crítica ao capitalismo, mas também seu método de ação, que envolvia uma abordagem mais radical e violenta. Para ele, a falta de um enfrentamento direto ao status quo impede mudanças significativas na sociedade atual.

O método bolchevique, segundo a análise, era caracterizado por uma centralização radical e disciplina rigorosa, que buscava a destruição do sistema vigente. O autor menciona que, ao contrário da visão moralmente superior que a esquerda atual possui, os bolcheviques viam-se como agentes de transformação dispostos a realizar ações drásticas para alcançar seus objetivos.

Além disso, o autor destaca que a situação geopolítica atual, especialmente na América Latina, não favorece a aplicação de métodos mais agressivos. A crítica à economia do "fetiche do PIB", proposta por Serge Latouche, é mencionada, mas o autor questiona a viabilidade de mudanças sem uma abordagem mais contundente.

A análise conclui que a esquerda atual, preocupada com questões identitárias e linguagem neutra, se distancia do legado bolchevique, que priorizava a ação direta e a transformação radical da sociedade.