Bolsonaro revela 'segredo' sobre estadia na Embaixada da Hungria e ironiza sobre amante

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não esclareceu os motivos de sua estadia de duas noites na Embaixada da Hungria em Brasília, em fevereiro de 2024, durante uma operação da Polícia Federal. Em entrevista ao The New York Times, ele afirmou que o motivo é um "segredo" e ironizou, dizendo: "Quem sabe? Talvez eu tenha um amante lá". O episódio ocorreu após a apreensão de seu passaporte, em meio a investigações sobre uma tentativa de golpe de Estado.

Bolsonaro, que se referiu ao primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán como um aliado, minimizou a situação, afirmando que não buscava asilo e que sua presença na embaixada não foi um crime. Ele declarou: "Se quisessem, poderiam ter me prendido durante a busca". O ex-presidente também mencionou que sua estadia poderia ser explicada por uma "questão de fuso horário" em conversas que não especificou.

A Polícia Federal havia deflagrado a Operação Tempus Veritatis para investigar uma trama golpista que visava impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. Quatro dias após a operação, Bolsonaro foi à embaixada. Em novembro, ele foi indiciado por organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, entre outros crimes.

Durante a entrevista, Bolsonaro se defendeu, afirmando que não temia ser preso e que sua liberdade não estava em questão. Ele também comentou sobre sua relação com outros países, afirmando que se dá bem com várias nações e que não revelaria detalhes de suas interações para evitar perseguições. A conversa foi interrompida por um advogado que pediu para que algumas questões fossem tratadas em off.