Bolsonaro considera fuga do Brasil enquanto debate sobre asilo político se intensifica

Ex-presidente Bolsonaro avaliou fuga do país antes de asilo concedido ao Peru

A possibilidade de fuga do ex-presidente Jair Bolsonaro já era considerada em caso de condenação por envolvimento em tentativa de golpe de Estado, antes da concessão de asilo à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia. A decisão do governo Lula de conceder asilo a Heredia, condenada por corrupção, reacendeu o debate sobre o tema.

O chanceler Mauro Vieira defendeu o critério humanitário na concessão do asilo, seguindo convenções internacionais. Para analistas, as razões para a decisão são secundárias, já que Bolsonaro já demonstrou intenção de deixar o país caso necessário.

Em fevereiro de 2023, com a apreensão de seu passaporte durante operação da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe, o ex-presidente buscou refúgio na Embaixada da Hungria. O episódio foi interpretado como um “teste” de fuga, aproveitando a imunidade territorial de embaixadas.

Bolsonaro deixou o país antes do fim do mandato

Bolsonaro deixou o Brasil em 30 de dezembro de 2022, antes da posse de Lula. A justificativa oficial foi evitar a cerimônia de transmissão da faixa presidencial, mas a denúncia de envolvimento em um plano golpista, que incluía a morte de Lula e outros políticos, reforça a suspeita de que ele temia ser preso.

Com o retorno de Donald Trump ao poder nos EUA, Bolsonaro pode buscar asilo político em Orlando, na Flórida, sob a alegação de liderar a oposição. A falta do passaporte não seria um impedimento, considerando seus recursos financeiros e políticos.

Governo Lula não invadirá embaixadas

O governo brasileiro, sob a liderança de Lula, não deve invadir embaixadas protegidas por convenções internacionais, como ocorreu recentemente no Equador, onde a polícia invadiu a Embaixada do México para prender o ex-vice-presidente Jorge Glas. A ação equatoriana foi condenada pelo Brasil e gerou a ruptura das relações diplomáticas com o México.

Prisão ou fuga: dilemas do ex-presidente

A prisão de Bolsonaro o transformaria em um símbolo para a extrema direita, enquanto a fuga poderia ser vista como covardia. O ex-presidente tem alguns meses para decidir qual caminho seguir, considerando também a possibilidade de um projeto de anistia no Congresso ou a eleição presidencial de 2026.