17 de jan 2025
Governador de Mato Grosso sugere monitoramento de juízes e políticos: 'Vigiar todo mundo'
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, propôs monitoramento por câmeras corporais para magistrados e políticos, gerando polêmica. A proposta surgiu após investigações sobre venda de sentenças no Tribunal de Justiça, envolvendo magistrados. O presidente do Tribunal de Justiça, José Zuquim Nogueira, criticou as declarações de Mendes como irresponsáveis e ofensivas. A Associação Mato Grossense de Magistrados (Amam) considerou as falas inaceitáveis e anunciou medidas judiciais. Desembargadores do TJ MT têm subsídios elevados, chegando a R$ 130 mil líquidos, gerando questionamentos sobre a ética na Justiça.
Mauro Mendes propôs que magistrados, membros do Ministério Público e políticos sejam monitorados por câmeras (Foto: Reprodução / YouTube)
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O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), sugeriu que magistrados, membros do Ministério Público e políticos sejam monitorados por câmeras corporais, assim como os policiais. Durante uma entrevista à Rádio CBN Cuiabá, Mendes argumentou que, se a vigilância é necessária para os policiais, ela deve ser estendida a todos os servidores públicos. Ele destacou que apenas uma pequena fração dos policiais comete irregularidades e, portanto, o monitoramento deveria incluir também governadores, prefeitos e deputados.
A proposta gerou reações negativas entre os membros do Judiciário. O presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, José Zuquim Nogueira, criticou a declaração de Mendes, afirmando que ele questionou a integridade dos magistrados de maneira "irresponsável". A Associação Mato-Grossense de Magistrados (Amam) também se manifestou, considerando as falas do governador "inaceitáveis" e prometendo tomar medidas judiciais. A Amam ressaltou que a comparação entre a atuação de policiais e juízes, especialmente em casos de venda de sentenças, foi infundada e ofensiva.
O governo do estado, em resposta, afirmou que Mendes não atacou a magistratura e que suas declarações foram mal interpretadas. A Secretaria de Estado de Comunicação esclareceu que o governador se referia a erros que podem ocorrer em diversas profissões, não apenas na segurança pública. O governo também destacou que a frase foi distorcida em versões editadas.
Mato Grosso já enfrentou um escândalo de venda de sentenças no Tribunal de Justiça, investigado pela Polícia Federal, que resultou no afastamento de desembargadores. Além disso, os altos salários dos desembargadores, que chegam a R$ 130 mil líquidos por mês, levantaram questionamentos sobre a legalidade e a moralidade dos subsídios, que ultrapassam o teto constitucional. O Ministério Público Estadual foi contatado, mas ainda não se manifestou sobre o assunto.
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