Uber Moto anuncia recurso contra suspensão do serviço em São Paulo e defende inclusão social

A diretora do Uber Moto no Brasil, Laura Lequain, anunciou que a empresa irá recorrer da decisão judicial que suspendeu o serviço na capital paulista. A suspensão ocorreu na segunda-feira, e a executiva argumenta que o transporte por motocicletas é regulamentado por lei federal, permitindo apenas que o município faça regulamentações, mas não proibições. Durante o seminário “Moto no Rio: rotas da mobilidade”, Lequain afirmou: “É uma decisão provisória. Vamos recorrer a essa decisão para voltar a oferecer o aplicativo”.

Lequain ressaltou que a segurança é uma prioridade para a empresa, especialmente em resposta às preocupações da Prefeitura de São Paulo, que se baseia em um decreto municipal de 2023 para justificar a proibição. A diretora mencionou inovações tecnológicas, como a “selfie” de capacete e o compartilhamento em tempo real da viagem, como medidas para aumentar a segurança no transporte. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) expressou que a cidade não está preparada para os riscos associados ao serviço.

O Uber Moto, que começou suas operações em 2020, já conta com mais de 800 motociclistas parceiros e 20 milhões de usuários no Brasil. A modalidade tem se mostrado uma alternativa viável de mobilidade urbana, especialmente para populações em áreas periféricas, conforme apontado pelo professor Ciro Biderman da FGV. Ele destacou que a baixa qualidade do transporte público tem levado muitos a optar pelo serviço de moto.

Apesar do crescimento da modalidade, o Uber Moto enfrenta desafios em São Paulo, onde a proibição ainda está em vigor. Lequain afirmou que a empresa já atua na região metropolitana e que o recurso à decisão judicial é uma estratégia para retomar as operações na capital. Ela também mencionou que a empresa está explorando a possibilidade de oferecer aluguel de motos, incluindo modelos elétricos, para seus parceiros.