Política

Pró-reitora trans luta por cotas e revela desafios enfrentados na educação brasileira

Desde 2018, 69,5% das universidades adotaram cotas, mas a exclusão persiste. Joyce Alves é a primeira mulher trans como pró reitora adjunta no Brasil. Apenas 190 estudantes trans ingressaram por cotas, evidenciando a exclusão. 37% das pessoas trans enfrentaram transfobia na educação, dificultando o acesso. A Antra luta por políticas públicas para garantir direitos educacionais a trans.

Joyce Alves, pró-reitora adjunta de assuntos estudantis da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) (Foto: Isabella Kariri)

Joyce Alves, pró-reitora adjunta de assuntos estudantis da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) (Foto: Isabella Kariri)

Ouvir a notícia

Pró-reitora trans luta por cotas e revela desafios enfrentados na educação brasileira - Pró-reitora trans luta por cotas e revela desafios enfrentados na educação brasileira

0:000:00

Desde 2018, as universidades brasileiras começaram a implementar políticas de cotas, com 16 das 23 instituições (69,5%) adotando essa ação afirmativa entre 2023 e 2024. Um levantamento revelou que 37% das pessoas trans entrevistadas relataram ter sofrido transfobia durante sua trajetória educacional, e 10% abandonaram os estudos após episódios de violência. Os relatos mais comuns incluem desrespeito ao nome social, tortura psicológica e restrições ao uso de banheiros adequados ao gênero.

Joyce Alves, mulher trans e pró-reitora adjunta de Assuntos Estudantis da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), destaca a importância da educação em sua vida. Aos 46 anos, ela se tornou a primeira mulher trans a ocupar um cargo desse tipo no Brasil, mas se sente isolada, sendo a única servidora trans entre mais de 2 mil funcionários. Joyce participa de um movimento que busca garantir cotas para pessoas trans nas universidades públicas, afirmando que “ajudar outras pessoas a chegarem no lugar em que estou é a melhor coisa que eu poderia fazer”.

Apesar da criação de cotas, a realidade mostra que apenas 190 estudantes ingressaram no ensino superior por meio dessa ação afirmativa. Em um exemplo, a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) ofereceu 300 vagas desde 2018, mas apenas 14 foram preenchidas. A exclusão educacional de pessoas trans é um problema que começa na educação básica, onde 37% dos entrevistados enfrentaram transfobia, muitas vezes perpetrada por educadores.

A presidenta da Antra, Bruna Benevides, enfatiza a necessidade de políticas de proteção para garantir a permanência de estudantes trans no ensino fundamental e médio. Ela aponta que o desrespeito por parte do corpo técnico é um fator crucial para a exclusão educacional. Em 2023, o Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTI+ publicou uma resolução que orienta o uso do nome social e a permissão de banheiros conforme a identidade de gênero. Yngrid Sofia Barbosa, estudante de pedagogia na Universidade do Estado da Bahia (UNEB), exemplifica a luta de pessoas trans, superando violências e buscando um futuro melhor por meio da educação.

Meu Tela
Descubra mais com asperguntas relacionadas
crie uma conta e explore as notícias de forma gratuita.acessar o meu tela

Perguntas Relacionadas

Participe da comunidadecomentando
Faça o login e comente as notícias de forma totalmente gratuita
No Portal Tela, você pode conferir comentários e opiniões de outros membros da comunidade.acessar o meu tela

Comentários

Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.

Meu Tela

Priorize os conteúdos mais relevantes para você

Experimente o Meu Tela

Crie sua conta e desbloqueie uma experiência personalizada.


No Meu Tela, o conteúdo é definido de acordo com o que é mais relevante para você.

Acessar o Meu Tela