Governo da Colômbia enfrenta crise após embate em reunião de gabinete televisionada

O governo da Colômbia enfrenta uma crise significativa após uma reunião de gabinete que se transformou em um confronto público, resultando em pedidos de demissão e sugestões de renúncia coletiva. O presidente de esquerda Gustavo Petro, que está no final de seu mandato, já lidou com uma série de desafios, incluindo uma crise orçamentária e um aumento da violência entre facções guerrilheiras. Andrés Mejía, consultor político, destacou que as divergências no gabinete podem levar a uma desintegração total ou parcial da administração.

O ministro do Interior, Juan Fernando Cristo, descreveu a situação como “insustentável” e propôs a renúncia de todos os ministros. A crise se intensificou com a saída de Jorge Rojas, chefe do departamento administrativo da presidência, e do ministro da Cultura, Juan David Correa. Apesar da turbulência, a reação do mercado foi moderada, com o peso colombiano recuperando parte das perdas anteriores.

A credibilidade do governo Petro está em jogo, especialmente após um embate recente com o presidente dos EUA, Donald Trump, que resultou em tarifas de 25% sobre importações. Gilberto Hernandez-Gomez, estrategista do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria, alertou que a Colômbia precisa demonstrar credibilidade em suas políticas fiscais para evitar mais problemas. A reunião de gabinete também expôs descontentamento entre figuras-chave do governo, que criticaram a promoção de aliados de Petro.

Durante a reunião, Petro defendeu seus aliados e afirmou que seu governo não é “sectário”, permitindo que ministros renunciem se desejarem. Ele também anunciou a intenção de vender operações da estatal Ecopetrol SA nos EUA, em linha com sua posição contra o fracking. Mejía observou que a capacidade técnica do governo pode estar diminuindo, aumentando os riscos para a administração de Petro.