Política

Itamaraty classifica como sigilosos telegramas sobre negócios dos irmãos Batista na Venezuela

O Itamaraty impôs sigilo de cinco anos a telegramas sobre os irmãos Batista. Telegramas incluem visita ao ministro de Petróleo da PDVSA, sem detalhes revelados. ONG Transparência Brasil critica falta de transparência nas atividades dos Batistas. J&F, dos irmãos Batista, tem interesses na Venezuela, incluindo aquisição de petroleira. Governo Lula já havia imposto sigilo a informações sobre o regime de Maduro.

Os irmãos Joesley e Wesley Batista durante reunião de empresários com o presidente Lula em maio de 2024 (Foto: Brenno Carvalho/O Globo)

Os irmãos Joesley e Wesley Batista durante reunião de empresários com o presidente Lula em maio de 2024 (Foto: Brenno Carvalho/O Globo)

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O Itamaraty decidiu classificar como sigilosos por cinco anos telegramas diplomáticos relacionados aos irmãos Joesley e Wesley Batista e à ditadura de Nicolás Maduro. Em dezembro de 2024, foi solicitado acesso a documentos que incluíam comunicações com a embaixada do Brasil em Caracas, abordando temas como uma visita ao então ministro de Petróleo, Pedro Tellechea, em 27 de fevereiro de 2024. O Termo de Classificação da Informação não revela detalhes sobre os participantes ou os tópicos discutidos.

Os irmãos Batista, por meio do grupo J&F, têm interesses na Venezuela, incluindo a aquisição da petroleira Fluxus em 2023 e a busca por campos de petróleo na região. Além disso, em abril de 2024, a Âmbar Energia, ligada aos Batista, recebeu autorização do Ministério de Minas e Energia para negociar a compra de energia elétrica da Venezuela. Em outubro do mesmo ano, a Âmbar assumiu o controle da distribuidora de energia do Amazonas.

A decisão de impor sigilo foi tomada pela embaixadora do Brasil em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira, com base na Lei de Acesso à Informação, que permite restrições para proteger negociações e relações internacionais. Juliana Sakai, da ONG Transparência Brasil, criticou a medida, afirmando que "causa espanto" a tentativa de ocultar informações sobre os negócios dos irmãos Batista, que já admitiram ter pago propinas.

Esta não é a primeira vez que o governo Lula impõe sigilo sobre questões envolvendo o regime de Maduro. O Itamaraty também classificou como sigilosos ofícios enviados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as eleições na Venezuela. O governo Lula havia pressionado o TSE a enviar servidores para acompanhar a eleição, mas o tribunal acabou não enviando. O resultado da eleição, amplamente contestado, não é reconhecido pela maioria da comunidade internacional devido à falta de transparência nas informações eleitorais. O Itamaraty não comentou sobre o sigilo, enquanto o grupo J&F negou ter recebido apoio da embaixada em suas atividades na Venezuela.

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