07 de fev 2025
Governo brasileiro organiza acolhimento humanitário para deportados dos EUA em Fortaleza
O segundo voo de deportados dos EUA trouxe 111 brasileiros a Fortaleza, sem algemas. A maioria dos repatriados é de Minas Gerais; 80% seguirão para Belo Horizonte. Durante o voo, deportados relataram 12 horas sem alimentação e maus tratos. O governo brasileiro negociou a mudança de rota para evitar sobrevoos com algemas. A recepção incluiu apoio psicológico e serviços essenciais, visando acolhimento humanizado.
Mobilização para a recepção de brasileiros deportados (Foto: Lauriberto Pompeu / O Globo)
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O governo federal e o governo do Ceará organizaram uma recepção para os 111 brasileiros deportados dos Estados Unidos, que chegaram ao Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, na tarde desta sexta-feira, 7 de fevereiro. Os repatriados, que desembarcaram por volta das 16h, foram recebidos com alimentos, água, internet e assistência psicológica. A Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) também foi destacada para atender eventuais emergências de saúde no local. O Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante, coordenado pela Secretaria de Direitos Humanos do Ceará, está disponível para prestar suporte aos deportados.
A maioria dos deportados é de Minas Gerais, e cerca de 80% deles seguirão em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) para o aeroporto de Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O trajeto até Fortaleza foi alterado por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, visando evitar que os deportados sobrevoassem o Brasil algemados. Um diplomata brasileiro acompanhou o embarque para garantir um tratamento digno aos repatriados. A mudança de rota foi uma resposta a incidentes anteriores, onde brasileiros desembarcaram algemados e relataram maus-tratos.
Os deportados relataram que passaram até 12 horas sem alimentação durante o voo, e muitos estavam emocionalmente abalados. A secretária de Direitos Humanos do Ceará, Socorro França, destacou que os deportados foram alimentados apenas após desembarcarem. A recepção em Fortaleza foi organizada para garantir que os repatriados tivessem acesso a serviços essenciais, incluindo informações sobre matrícula na rede de ensino e regularização vacinal.
O governo brasileiro está em contato com as autoridades americanas para garantir que os direitos dos deportados sejam respeitados. Desde 2018, os voos de repatriação têm sido realizados para evitar que brasileiros permaneçam em presídios nos EUA indefinidamente. A expectativa é que os próximos voos também tenham Fortaleza como ponto de chegada, reforçando o compromisso do governo com a dignidade e os direitos humanos dos repatriados.
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