08 de fev 2025
Lula cobra explicações de Wellington Dias após declaração sobre aumento do Bolsa Família
O ministro Wellington Dias afirmou que um reajuste do Bolsa Família "está na mesa". A Casa Civil desmentiu a declaração, afirmando que não há discussões sobre aumento. A fala de Dias gerou descontentamento e impacto no mercado financeiro, elevando o dólar. O episódio intensificou a pressão sobre Dias, que pode ser afetado pela reforma ministerial. O governo enfrenta desafios com a inflação dos alimentos e a necessidade de austeridade fiscal.
Wellington Dias com Lula: o ministro responsável pelo Bolsa Família reforçou contatos com o mundo político (Foto: Cristiano Mariz/28.02.2023)
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou para o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, após o anúncio de que o governo estaria considerando um reajuste para o Bolsa Família. A declaração de Dias, feita durante uma entrevista ao portal alemão DW, causou estresse no governo e reações no mercado, resultando em aumento do dólar e queda da bolsa. O ministro afirmou que o tema estava "na mesa" e que uma decisão seria tomada até o final de março, o que irritou Lula.
Na ligação, Dias tentou esclarecer que sua fala se referia a um estudo sobre o impacto da inflação dos alimentos nos beneficiários do programa. Para apaziguar a situação, o ministro enviou a gravação da entrevista ao gabinete presidencial. Apesar de aliados reconhecerem que a declaração foi um erro, a gravação foi vista como um meio de esclarecer o mal-entendido. A Casa Civil, no entanto, desmentiu a possibilidade de aumento, afirmando que o tema não está na pauta do governo.
O eventual reajuste do Bolsa Família poderia impactar as contas públicas em um momento em que o governo enfrenta pressão para cortar gastos. A declaração de Dias pegou de surpresa os ministros da Fazenda e da Casa Civil, que rapidamente emitiram uma nota desmentindo qualquer discussão sobre o aumento do benefício. A situação gerou desconforto no Planalto, onde alguns auxiliares sugerem que Dias poderia ser afastado em uma futura reforma ministerial.
Além disso, o episódio se soma a um desgaste recente envolvendo ONGs contratadas pela pasta de Dias, que não cumpriram com a entrega de refeições prometidas. A pressão sobre o ministro aumenta, especialmente considerando que a pasta do Desenvolvimento Social, com orçamento de R$ 291 bilhões, é vista como estratégica e alvo de interesse de partidos centristas no Congresso. Apesar das dificuldades, aliados de Dias afirmam que ele e Lula têm se reunido regularmente para alinhar ações até o final do mandato.
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