11 de fev 2025
Arsenal enfrenta protestos por patrocínio de Ruanda amid crise no Congo
O Arsenal recebe R$ 72 milhões anuais do governo de Ruanda desde 2018. Protestos surgiram devido ao apoio de Ruanda ao grupo rebelde M23 na RDC. A ONU e autoridades congolesas criticam o patrocínio por violações de direitos humanos. O M23 declarou cessar fogo, mas a crise humanitária em Goma persiste. Especialistas apontam que o patrocínio é um exemplo de "sportswashing" para Ruanda.
"\"Visit Rwanda\": Patrocínio de Ruanda ao Arsenal vira motivo de críticas na Inglaterra (Foto: Getty Images)"
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O Arsenal enfrenta intensas críticas e protestos devido ao seu patrocínio com o governo de Ruanda, que gera mais de R$ 70 milhões anuais. O governo ruandense é acusado de estar envolvido em um conflito violento na República Democrática do Congo (RDC), que resultou na morte de três mil pessoas nas últimas semanas. O patrocínio, iniciado em maio de 2018 e renovado em 2021, visa promover o turismo em Ruanda, mas as recentes tensões na RDC reacenderam as críticas.
O grupo rebelde M23, supostamente apoiado por Ruanda, tomou a cidade de Goma, levando a uma crise humanitária. A ministra de Relações Exteriores da RDC, Therese Kayikwamba Wagner, enviou uma carta ao Arsenal, afirmando que o patrocínio contribui para a miséria na região. A ONU classificou a violência como “verdadeiramente inimaginável”, e o Conselho de Segurança pediu o fim das hostilidades do M23, que anunciou um cessar-fogo por razões humanitárias.
A RDC, rica em recursos naturais, enfrenta décadas de instabilidade e pobreza, apesar de sua riqueza mineral. Ruanda, que faz fronteira com a RDC, é acusada de ter até quatro mil militares no país vizinho, buscando explorar esses recursos. O cientista político Maurício Santoro destacou a complexidade da relação entre os dois países, marcada por um histórico de conflitos étnicos e disputas territoriais.
O patrocínio do Arsenal, que representa apenas 10 milhões de libras em um faturamento anual de 600 milhões de libras, levanta questões sobre a ética do acordo. Especialistas em marketing esportivo, como Fábio Wolff, apontam que o patrocínio pode ser visto como uma forma de sportswashing, onde regimes autoritários usam o esporte para melhorar sua imagem. O Arsenal, que não se manifestou sobre o assunto, continua a ser alvo de críticas, com a situação se tornando uma mancha em sua reputação.
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