Fraudes na bilhetagem do Jaé expõem falhas de segurança em vans do Rio de Janeiro

A partir de julho de 2024, o novo sistema de bilhetagem eletrônica do Rio, chamado Jaé, será o único aceito nos modais municipais. A prefeitura liberou motoristas de vans e cabritinhos a cobrir os validadores com fita adesiva, devido a preocupações com segurança e possíveis represálias de criminosos. A Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) informou que, sem a biometria facial, o controle de gratuidades será feito por meio da verificação do uso excessivo de cartões. A secretária Maína Celidonio destacou que a cobertura das câmeras não impacta a operação, pois a posição dos validadores impede o registro dos usuários.

Em contrapartida, o novo modelo de bilhetagem para os serviços intermunicipais, que inclui metrô, trens e ônibus, terá diferenças significativas em relação ao Jaé. A Secretaria Estadual de Transportes e Mobilidade Urbana apresentará uma proposta em reunião com a Defensoria Pública e o Ministério Público, que buscam separar a operação do transporte público intermunicipal do processamento das receitas. O secretário Washington Reis explicou que o governo do Estado ficará responsável pela câmara de compensação, enquanto as empresas de ônibus contratarão os equipamentos para o Bilhete Único Intermunicipal (BUI).

O prefeito Eduardo Paes anunciou que a implementação do Jaé, com a saída da Riocard, foi adiada para julho. A intenção é integrar os sistemas, reduzindo custos para passageiros que utilizam tanto modais intermunicipais quanto municipais. A Riocard foi excluída da licitação do Jaé devido a conflitos de interesse, já que possui sócios em comum com operadores de ônibus. O novo modelo busca garantir agilidade e segurança, utilizando criptografia para proteger os dados.

A gestão do Jaé está em discussão, com a empresa Autopass propondo assumir sua administração. No entanto, a Billing Pay, fornecedora da tecnologia do Jaé, entrou na Justiça para paralisar as negociações, alegando direito de preferência na compra. Além disso, a empresa Tacom também processou a atual concessionária, alegando descumprimento de cláusulas contratuais. A situação permanece em análise pela Procuradoria Geral do Município (PGM), que avaliará possíveis conflitos de interesse relacionados à proposta da Autopass.