Política

Brasil se junta ao OPEC+ e se afirma como potência petrolífera antes da COP30

O Brasil se junta ao OPEC+, sem obrigações de cortes de produção, em 2025. A adesão gera críticas por contradição entre exploração de petróleo e compromissos climáticos. O governo argumenta que novas receitas de petróleo financiarão a transição energética. O país é o sétimo maior produtor de petróleo, com 4,3 milhões de barris diários. Críticos afirmam que a exploração de combustíveis fósseis ignora desafios ambientais atuais.

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

Ouvir a notícia

Brasil se junta ao OPEC+ e se afirma como potência petrolífera antes da COP30 - Brasil se junta ao OPEC+ e se afirma como potência petrolífera antes da COP30

0:000:00

O governo brasileiro aprovou na terça-feira a adesão ao OPEC+, um grupo de nações exportadoras de petróleo, marcando a transformação do Brasil em um importante produtor de petróleo. A decisão do Conselho Nacional de Política Energética foi uma resposta a um convite oficial recebido em 2023. O OPEC+ é composto por doze membros da OPEC, que coordena a produção de petróleo para estabilizar os mercados, e mais dez países produtores, com a Rússia sendo o maior deles. Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o Brasil não terá obrigações vinculativas, como cortes de produção, e o OPEC+ será um "fórum para discutir estratégias entre países produtores de petróleo".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que iniciou seu terceiro mandato em 2023, se apresenta como defensor do meio ambiente, promovendo a redução do desmatamento na Amazônia e a proteção dos direitos indígenas. No entanto, ele argumenta que as novas receitas do petróleo podem financiar a transição para energias renováveis. Recentemente, Lula pressionou o órgão ambiental do país a aprovar perfurações exploratórias perto da foz do Rio Amazonas, uma das regiões mais biodiversas do mundo.

Atualmente, o Brasil é o sétimo maior produtor de petróleo do mundo, com cerca de 4,3 milhões de barris diários, representando 4% da produção global, segundo a Administração de Informação de Energia dos EUA. Em 2024, o petróleo bruto tornou-se o principal produto de exportação do país, respondendo por 13,3% das vendas externas, superando a soja. Os Estados Unidos lideram a produção mundial com quase 22 milhões de barris diários, seguidos pela Arábia Saudita, com cerca de 11 milhões.

A busca de Lula por aumentar a produção de petróleo enfrenta críticas, especialmente com a aproximação da COP30, a cúpula climática da ONU que ocorrerá em novembro. O foco das discussões climáticas tem sido a redução do uso de combustíveis fósseis, que contribuem para a emissão de gases de efeito estufa. Suely Araújo, porta-voz do Observatório do Clima, afirmou que a entrada do Brasil no OPEC+ é um sinal de retrocesso do governo, ressaltando que a abertura de novas áreas para exploração de combustíveis fósseis indica uma escolha por soluções do passado diante de desafios atuais e futuros.

Meu Tela
Descubra mais com asperguntas relacionadas
crie uma conta e explore as notícias de forma gratuita.acessar o meu tela

Perguntas Relacionadas

Participe da comunidadecomentando
Faça o login e comente as notícias de forma totalmente gratuita
No Portal Tela, você pode conferir comentários e opiniões de outros membros da comunidade.acessar o meu tela

Comentários

Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.

Meu Tela

Priorize os conteúdos mais relevantes para você

Experimente o Meu Tela

Crie sua conta e desbloqueie uma experiência personalizada.


No Meu Tela, o conteúdo é definido de acordo com o que é mais relevante para você.

Acessar o Meu Tela