Trump critica Zelensky e o chama de ditador em meio à guerra na Ucrânia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou seu homólogo ucraniano, Volodimir Zelensky, de ditador em uma declaração feita nesta quarta-feira, 19 de março de 2024. Essa afirmação se insere em um contexto de tensões crescentes entre Kiev e Washington, especialmente considerando que o mandato de Zelensky, que deveria ter terminado em 2024, foi prorrogado devido à guerra, conforme a legislação ucraniana. Trump criticou Zelensky, afirmando que ele deve agir rapidamente ou corre o risco de perder seu país.

A resposta de Zelensky veio após o ucraniano afirmar que Trump vive em um "espaço de desinformação". Desde que assumiu a presidência, Trump tem se alinhado mais com a retórica de Moscou, demonstrando uma aproximação com o presidente Vladimir Putin. Zelensky, por sua vez, expressou respeito por Trump, mas destacou a falta de clareza nas informações que o americano tem recebido.

Trump também questionou a legitimidade de Zelensky e o acusou de ser responsável pela invasão russa, ecoando a justificativa de Moscou de que a guerra começou devido ao desejo da Ucrânia de se juntar à OTAN. O presidente americano alegou, sem apresentar provas, que parte da ajuda dos EUA à Ucrânia foi "desviada", afirmando que Washington enviou US$ 350 bilhões (R$ 1,9 trilhão) ao país, enquanto o Kiel Institute for the World Economy aponta que o valor real é de US$ 114,2 bilhões (R$ 650,6 bilhões) desde 2022.

Hoje, um enviado dos EUA, Keith Kellogg, chegou a Kiev para ouvir as preocupações ucranianas e tentar esclarecer a posição de Washington. Kellogg enfatizou a importância das garantias de segurança para a soberania da Ucrânia. Zelensky reiterou seu desejo de encerrar a guerra até 2025 e afirmou que a Ucrânia "não está à venda". Um dos tópicos a serem discutidos entre Kellogg e Zelensky será um acordo proposto pelos EUA para acesso a 50% dos minerais estratégicos da Ucrânia em troca de ajuda militar e econômica, proposta que foi rejeitada pelo ucraniano.