Política

Comunidade de Taplejung se opõe a teleféricos que ameaçam florestas sagradas no Nepal

O projeto de teleférico em Taplejung, de US$ 22 milhões, gera polêmica. Protestos violentos resultaram em 14 feridos, incluindo 11 policiais. Comunidade local se divide entre apoio ao turismo e preservação cultural. Críticos acusam o governo de ignorar impactos ambientais e sociais. Desmatamento para infraestrutura ameaça espécies e herança cultural local.

Em todo o Nepal, cinco projetos de teleférico foram inaugurados nos últimos dois anos — e mais 10 estão em desenvolvimento, de acordo com dados do governo. (Foto: AFP)

Em todo o Nepal, cinco projetos de teleférico foram inaugurados nos últimos dois anos — e mais 10 estão em desenvolvimento, de acordo com dados do governo. (Foto: AFP)

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No distrito de Taplejung, no Nepal, um projeto de teleférico de US$ 22 milhões está gerando intensos conflitos entre a comunidade local e o governo. Os moradores temem que a construção comprometa seus meios de subsistência e destrua florestas que consideram sagradas. Nos últimos dois anos, cinco teleféricos foram inaugurados e mais dez estão em desenvolvimento, mas críticos afirmam que o governo não avaliou adequadamente os impactos ambientais. Em janeiro, os protestos se intensificaram, resultando em confrontos com a polícia, que deixaram feridos de ambos os lados.

Os protestos ressurgiram recentemente, com 14 feridos, incluindo 11 policiais. O líder do comitê de protesto, Shree Linkhim Limbu, afirmou que a comunidade enfrentou ataques durante uma manifestação pacífica. Ele prometeu continuar as mobilizações até que o projeto seja cancelado. O templo Pathibhara, um local sagrado para os hindus e para o povo Limbu, atrai cerca de 300.000 devotos anualmente, e a construção do teleférico foi anunciada em 2018 por Chandra Prasad Dhakal, um empresário influente.

O governo considera o teleférico um projeto de "orgulho nacional", isentando-o de restrições em áreas protegidas. Contudo, a Suprema Corte revogou essa isenção no mês passado, uma decisão celebrada por ambientalistas, embora ainda haja preocupações sobre a continuidade do projeto. Os moradores afirmam que a derrubada de 3.000 árvores de rododendros para a construção é um ataque à sua religião e cultura. Saroj Kangliba Yakthung, um morador, expressou que preferiria ver investimentos na preservação das florestas, que abrigam espécies ameaçadas.

Enquanto isso, o governo argumenta que o teleférico trará desenvolvimento econômico ao facilitar o acesso ao templo, especialmente para peregrinos idosos. O turismo representa mais de seis por cento do PIB do Nepal, e o governo espera que o projeto impulsione a economia em um país com 10% de desemprego e um PIB per capita de US$ 1.377. No entanto, a política ambiental do governo é questionada, com mais de 255.000 árvores cortadas para infraestrutura nos últimos quatro anos. O construtor do teleférico, Dhakal, garante que o projeto não afetará a ecologia local, mas a comunidade permanece dividida entre aqueles que veem progresso e os que consideram uma destruição de sua herança.

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