Trump reduz ritmo de deportações e planeja usar bases militares para deter imigrantes

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deportou 37.660 imigrantes em seu primeiro mês, cifra inferior à média de 57.000 remoções mensais do último ano da administração de Joe Biden. Dados do Departamento de Segurança Interna indicam que, apesar das promessas de deportações em massa, Trump enfrenta dificuldades para implementar suas estratégias. Um funcionário do governo afirmou que o ritmo das deportações deve aumentar, com novas táticas de detenção e acordos com países da América Central.

Trump está expandindo os planos para deter imigrantes irregulares em instalações militares. Um centro de deportação em Fort Bliss, Texas, poderá abrigar até 10 mil imigrantes. O governo busca criar uma rede nacional de detenção militar para compensar a falta de espaço nas instalações da Agência de Imigração e Fiscalização Aduaneira (ICE). Essa abordagem marca uma escalada na militarização da aplicação da lei de imigração, levantando preocupações sobre o uso de recursos militares para essa finalidade.

Até o momento, o Pentágono enviou 5 mil soldados para a fronteira sul, com planos de dobrar esse número. A Casa Branca divulgou imagens de deportações, mas o ritmo atual de prisões, com mais de 15 mil entre janeiro e fevereiro, ainda não atende às expectativas de Trump. O governo está considerando expandir a detenção em bases militares em vários estados, mas o número exato de imigrantes que poderão ser detidos nessas instalações ainda é incerto.

A falta de leitos de detenção tem sido um desafio, com o ICE mantendo cerca de 40 mil indivíduos em prisões privadas e cadeias locais. O uso de instalações militares, como Fort Bliss, pode oferecer uma solução temporária, mas já gerou críticas sobre as condições de detenção. Ex-funcionários expressam preocupações sobre a possibilidade de detenção prolongada e o tratamento de imigrantes, especialmente após relatos de angústia entre menores detidos em instalações semelhantes.