Zelensky se diz disposto a renunciar em troca de paz e adesão da Ucrânia à Otan

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou estar disposto a renunciar ao cargo se isso garantir a paz em seu país, devastado pela guerra. Durante uma coletiva de imprensa em Kiev no último domingo, ele afirmou que poderia trocar sua saída pela adesão da Ucrânia à OTAN. Zelensky enfatizou que não planeja permanecer no poder por décadas, destacando a urgência da situação, especialmente com a invasão russa completando três anos.

Os comentários de Zelensky surgem em meio a uma crescente tensão nas relações com os Estados Unidos, onde o presidente Donald Trump o chamou de “ditador” e pediu novas eleições na Ucrânia. Trump fez essas declarações em sua rede social, a Truth Social, enquanto as relações entre os dois líderes se deterioravam. A legislação ucraniana proíbe a realização de eleições sob lei marcial, o que complica ainda mais a situação política.

Zelensky, que foi eleito em 2019, continua a liderar a Ucrânia sob lei marcial desde a invasão russa em 2022. Ele reiterou que sua permanência no cargo foi respaldada por todos os partidos no parlamento, e que está disposto a deixar a presidência após o fim da guerra. A Rússia, por sua vez, se opõe à adesão da Ucrânia à OTAN, considerando que isso aproximaria a aliança militar ocidental de suas fronteiras.

Recentemente, a Rússia lançou um dos maiores ataques com drones contra a Ucrânia desde o início do conflito, utilizando mais de 260 drones em uma única noite. Enquanto isso, Zelensky expressou seu desejo de ver Trump como um parceiro ativo na busca por soluções, em vez de um mero mediador nas negociações entre Kiev e Moscou. A situação continua a evoluir, com a Ucrânia enfrentando desafios significativos tanto no campo de batalha quanto na arena política internacional.