Jeff Bezos impõe nova linha editorial ao Washington Post em defesa de 'liberdades individuais'

Jeff Bezos, bilionário e proprietário do Washington Post, implementou uma nova diretriz nas páginas de opinião do jornal, que agora devem apresentar textos que defendam as “liberdades individuais e o livre mercado”, enquanto opiniões críticas a esses temas estão vetadas. A decisão, anunciada em uma mensagem aos funcionários, reflete uma tentativa de Bezos de se alinhar com tópicos que são caros ao presidente Donald Trump, com quem busca se aproximar desde sua eleição.

Bezos justificou a mudança afirmando que “boa parte do sucesso da América foi baseado na liberdade no campo econômico e nas demais áreas”, e expressou sua crença de que esses pontos de vista são “mal atendidos no mercado atual de ideias e opinião de notícias”. A decisão gerou controvérsia interna, resultando na saída de David Shipley, editor de Opinião, que declarou estar “agradecido” pelo trabalho realizado, mas que não poderia continuar sob as novas diretrizes.

Will Lewis, editor e diretor executivo do Post, afirmou que a publicação não está se alinhando a nenhum partido político, mas apenas “sendo clara sobre o que representam como jornal”. Matt Murray, editor-executivo, reiterou que as mudanças afetarão apenas a página de opinião, enfatizando a missão de “trabalharem por um jornalismo de impacto e engajado”.

A nova política editorial ocorre em um contexto de aproximação de Bezos e outros bilionários da tecnologia com o governo Trump. Bezos, que doou US$ 1 milhão para a posse de Trump, se sentou ao lado de líderes de grandes empresas de tecnologia durante a cerimônia. Essa mudança também se dá em meio a críticas sobre a cobertura do governo, com a Associated Press sendo banida de algumas coberturas e o Pentágono implementando um esquema de rotação para veículos de comunicação.