Marinha do Brasil promove quatro mulheres ao posto de contra-almirante pela primeira vez

Na última quarta-feira, dia 26, a Marinha do Brasil fez história ao promover simultaneamente quatro oficiais mulheres do Corpo de Saúde ao posto de contra-almirante. Entre as promovidas está Gisele Mendes de Souza e Mello, que faleceu em dezembro de 2023, após ser atingida por um disparo de arma de fogo durante uma cerimônia no Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro. As capitães de Mar e Guerra Daniela Leitão Mendes, Mônica Medeiros Luna e Cláudia Regina Amaral da Silva Fiorot também foram promovidas e assumirão novos cargos a partir de março.

A promoção póstuma de Gisele Mendes reconhece seus 29 anos de serviços à sociedade brasileira e destaca sua trajetória na Marinha, onde ingressou em 1995 e se especializou em geriatria. Ela ocupou cargos importantes, como superintendente de saúde no Hospital Marcílio Dias e diretora do Hospital Naval de Brasília. A promoção será apresentada ao Ministro da Defesa e encaminhada ao Presidente da República, com previsão de ratificação para 31 de março de 2024.

A presença feminina nas Forças Armadas brasileiras começou com a Marinha, que introduziu o Corpo Auxiliar Feminino e, desde então, tem ampliado a participação das mulheres em posições de liderança. A primeira turma de oficiais femininas foi formada em 2012, e, em 2024, as primeiras 114 Soldadas Fuzileiras Navais foram integradas a todos os corpos da Força. As mulheres têm ocupado cargos estratégicos e participado de missões internacionais, incluindo a Força-Tarefa Marítima da ONU no Líbano.

Além disso, as militares brasileiras foram reconhecidas com o prêmio de Defensora Militar da Igualdade de Gênero da ONU por dois anos consecutivos, refletindo seu papel crescente e significativo nas operações de paz e em funções de comando. A promoção de Gisele Mendes e a ascensão de outras oficiais mulheres marcam um avanço importante na igualdade de gênero dentro das Forças Armadas.