01 de mar 2025
Disputa interna no PT se intensifica com saída de Gleisi Hoffmann para ministério
Gleisi Hoffmann assume ministério e se afasta da presidência do PT em março. Lula busca evitar conflitos internos no PT antes das eleições de julho. Zeca Dirceu, aliado de José Dirceu, quer liderar o PT no Paraná. O PT recebeu R$ 766 milhões em 2024, o que torna a presidência influente. Lula tenta emplacar Edinho Silva como novo presidente do PT após a saída de Gleisi.
DIFICULDADE - A deputada: cotada para assumir um ministério, a petista está sendo desafiada em sua base eleitoral. (Foto: Ton Molina/Agência O Globo)
Ouvir a notícia:
Disputa interna no PT se intensifica com saída de Gleisi Hoffmann para ministério
Ouvir a notícia
Disputa interna no PT se intensifica com saída de Gleisi Hoffmann para ministério - Disputa interna no PT se intensifica com saída de Gleisi Hoffmann para ministério
O presidente Lula enfrenta um momento delicado em seu governo, com a iminente escolha de novos dirigentes do PT em julho. Em meio a essa situação, ele busca evitar conflitos internos e pretende indicar a deputada Gleisi Hoffmann para um ministério, o que poderia fortalecer sua influência no partido. Gleisi, atual presidente da legenda, é conhecida por sua postura combativa e críticas à política econômica, especialmente em relação ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Essa movimentação visa não apenas consolidar aliados, mas também desarmar tensões, como a que surge no Paraná, onde o deputado Zeca Dirceu manifestou interesse em liderar o diretório estadual, atualmente sob o comando de Arilson Chiorato, aliado de Gleisi.
Zeca Dirceu, filho do ex-ministro José Dirceu, critica a atual direção do PT no Paraná, apontando a necessidade de renovação e responsabilizando-a pela diminuição da influência do partido na região. Ele destaca que, em 2024, o PT conquistou apenas três prefeituras, uma queda significativa em relação a 2020. Além disso, Zeca almeja uma vaga no Senado em 2026, um objetivo que também é desejado por Gleisi. A rivalidade entre eles se intensificou após Zeca ter se posicionado como pré-candidato a senador e sua atuação em campanhas de candidatos de outros partidos, o que gerou descontentamento entre os membros do PT.
A saída de Gleisi da presidência do PT, prevista para 10 de março, é necessária para que ela assuma o cargo de ministra das Relações Institucionais. A Comissão de Ética Pública proíbe que ministros acumulem funções de liderança partidária, especialmente considerando que o PT recebeu R$ 146 milhões de fundo partidário e R$ 620 milhões de fundo eleitoral em 2024. Com sua saída, o partido poderá ser temporariamente liderado por um presidente-tampão até as novas eleições, previstas para julho, ou essas eleições podem ser antecipadas, embora isso enfrente desafios logísticos.
Entre os possíveis candidatos a assumir a presidência interina do PT estão José Guimarães, atual líder do governo na Câmara, e Edinho Silva, ex-prefeito e aliado de Lula. No entanto, Edinho enfrentaria a dificuldade de presidir uma legenda com diretores que não compartilham de sua visão. Lula, por sua vez, busca controlar o processo e mediar os conflitos, acreditando que essa estratégia pode evitar que a disputa entre Zeca e Gleisi se amplie além do Paraná.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.