Deputado elogia vitória de 'Ainda Estou Aqui' no Oscar e enfrenta críticas nas redes sociais

O deputado Bibo Nunes (PL-RS) elogiou a vitória do filme "Ainda Estou Aqui" como melhor filme internacional no Oscar 2025, afirmando que a conquista traz orgulho ao Brasil. No entanto, seu comentário gerou críticas nas redes sociais, levando-o a apagá-lo. Nunes mencionou que o país estava triste desde a posse do presidente Lula (PT) em 2023, mas que a situação poderia melhorar até 2027, após as próximas eleições. Ele destacou que a premiação é benéfica para o sentimento de ufanismo, embora tenha notado que o filme foi politizado.

A obra, dirigida por Walter Salles, aborda a ditadura militar no Brasil e foi celebrada por políticos de esquerda, incluindo Lula. Em contrapartida, Jair Bolsonaro e seus filhos não comentaram sobre a vitória, enquanto parlamentares bolsonaristas criticaram o filme. O deputado Mário Frias (PL-RJ) afirmou que "ninguém normal" se importava com a obra, referindo-se às prisões de pessoas envolvidas em ataques à democracia. O ex-ministro Adolfo Sachsida também criticou a classe artística por não se mobilizar contra os problemas atuais do país.

A repercussão digital da vitória de "Ainda Estou Aqui" foi significativa, com cerca de 4 milhões de posts nas redes sociais e mais de 75 milhões de interações. Um levantamento da FGV revelou que perfis de direita se silenciaram sobre o tema, enquanto figuras da esquerda, como Lula e Dilma Rousseff, tiveram grande engajamento. O estudo indicou que as postagens exaltaram o orgulho cultural e as representações positivas do Brasil, sugerindo uma possibilidade de unir o país além da polarização política.

O sociólogo Marco Aurélio Ruediger destacou que a vitória do filme pode ser um sinal de que o Brasil pode se reinventar, quebrando a polarização através de valores universais. Ele observou que a direita não conseguiu apresentar argumentos críticos ao filme, o que contribuiu para o silenciamento. Ruediger acredita que a obra tem o potencial de mobilizar um repertório cultural mais amplo, o que pode influenciar a política em 2026.