05 de mar 2025
Trump e a nova ordem mundial: poder e estratégia sob a ótica de seu economista de confiança
Donald Trump reafirma sua doutrina "America First", priorizando poder econômico. Reunião com Zelensky resultou em pressão por concessões ucranianas. Venda no Canal do Panamá para consórcio da BlackRock destaca influência dos EUA. Economista Stephen Miran propõe reestruturação do comércio global sob visão trumpiana. Tarifas comerciais são vistas como ferramenta para forçar concessões de parceiros.
Nova ordem almejada pelos EUA, que prioriza interesses unilaterais em vez da cooperação, transforma aliados em subordinados. (Foto: Yaorusheng/Moment)
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, parece agir mais por instinto do que por planejamento estratégico, apesar de ter conquistado um segundo mandato na Casa Branca. Sua agenda ousada inclui uma visão geopolítica que, segundo o economista Stephen Miran, pode ser considerada uma reestruturação do sistema de comércio global. Em seu ensaio, Miran discute como a política comercial, monetária e de segurança devem ser integradas para corrigir o que ele vê como um desequilíbrio em que o mundo "rouba" os EUA, destacando a necessidade de desvalorizar o dólar sem perder seu status de moeda de reserva.
Miran propõe que os EUA utilizem tarifas de forma mais eficaz, sugerindo que uma tarifa ideal poderia ser de cerca de 20%, em contraste com a média atual de 3%. Ele argumenta que, devido ao tamanho do mercado americano, os EUA têm um poder de monopólio que pode forçar fornecedores estrangeiros a reduzir preços. Essa abordagem, segundo ele, não apenas protegeria os produtores americanos, mas também forçaria concessões de parceiros comerciais em diversas questões econômicas e de segurança.
Além disso, Miran sugere que os EUA poderiam pressionar outros países a concordar com a desvalorização do dólar, vendendo reservas em dólares e alterando a composição das dívidas. Ele enfatiza a importância de ameaças confiáveis para garantir que os parceiros comerciais aceitem essas mudanças, destacando que a cooperação dos aliados deve ser conquistada, não um direito. A visão de Trump, portanto, se afasta da cooperação multilateral e se aproxima de uma coerção unilateral.
Por fim, a doutrina de Trump, que pode ser resumida na ideia de que "o poder é o direito", já demonstrou resultados em várias situações, como na recente interação com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. A pressão sobre aliados para aumentar gastos em defesa e a manipulação de interesses econômicos, como no caso do Canal do Panamá, exemplificam como o uso do poderio econômico dos EUA pode moldar a geopolítica atual. A eficácia dessa abordagem e suas consequências a longo prazo permanecem incertas.
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