07 de mar 2025
Silvio Almeida é demitido após denúncias de assédio contra Anielle Franco
Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos, foi demitido em setembro de 2023. Acusações de assédio sexual contra Anielle Franco surgiram após jantar em 2022. Investigação da Polícia Federal envolve cinco vítimas e pode resultar em indiciamento. Almeida negou as acusações, sugerindo que Anielle buscava desgastá lo. Temor de Anielle sobre a repercussão no movimento negro influenciou sua decisão.
Almeida e Anielle, numa reunião ministerial, em outubro de 2023: “Ela sabia que uma coisa dessas acabaria com a vida dele, por isso ela sinalizou para que ele parasse várias vezes” (Foto: DUDA RODRIGUES/MDHC_2023)
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No final de dezembro de 2022, Silvio Almeida foi recebido em um jantar informal em Brasília, onde integrantes do governo de transição se reuniram para dar boas-vindas ao novo ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania. Durante o evento, Almeida, que estava acompanhado de sua esposa e assessoras, fez um comentário a Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, dizendo: “Nossa, como você está linda e cheirosa hoje”. Quatro meses depois, em uma viagem oficial à Europa, ele teria feito comentários inapropriados, incluindo expressões de desejo sexual.
Uma reportagem da Revista piauí revelou que Almeida começou a assediar Anielle antes mesmo de assumir o ministério. A investigação, que envolveu 39 entrevistas ao longo de quatro meses, apontou que Almeida teria feito declarações de natureza sexual, como sentir “tesão” ao olhar para Anielle. A situação levou à sua demissão em setembro de 2023, após denúncias de assédio sexual que chegaram ao conhecimento do presidente Lula meses antes da repercussão na mídia.
Amigos de Anielle relataram que ela temia as consequências de uma denúncia, considerando o impacto que isso poderia ter no movimento negro, dado que Almeida era visto como uma referência. Em entrevista ao UOL, Almeida negou as acusações, sugerindo que Anielle poderia estar tentando desgastá-lo politicamente. Ele afirmou que a ministra “se perdeu no personagem” e insinuou que as denúncias poderiam ser parte de uma intriga contra ele.
A Polícia Federal já possui depoimentos de cinco vítimas e a investigação está em andamento, com expectativa de indiciamento. Almeida foi convocado a depor em fevereiro de 2024, e o prazo do inquérito foi prorrogado até abril. A situação continua a gerar discussões sobre assédio e suas implicações no contexto político brasileiro.
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