Lula empossa Gleisi e Padilha em meio à intensa disputa pela presidência do PT

Logo mais às 15h, no Palácio do Planalto, Lula presidirá a cerimônia de posse de Gleisi Hoffmann e Alexandre Padilha nos ministérios das Relações Institucionais e da Saúde, respectivamente. O evento ocorre em meio a uma intensa disputa interna no PT, acirrada após uma reunião na casa de Gleisi, onde seu grupo tentou barrar a candidatura de Edinho Silva à presidência do partido, prevista para julho. Edinho, apoiado por Lula, promete registrar sua candidatura em breve, enquanto um manifesto com suas propostas está sendo elaborado.

Nas últimas 72 horas, as tensões entre os apoiadores de Edinho e o grupo de Gleisi aumentaram. Durante a reunião, que não estava na agenda de Lula, foram apresentadas razões para desqualificar Edinho como candidato. Apesar de Lula ter apenas ouvido, a corrente Construindo o Novo Brasil (CNB), que apoia Edinho, iniciou a coleta de assinaturas para formalizar sua candidatura. O ex-prefeito é respaldado por figuras influentes do partido, como José Dirceu e Fernando Haddad.

Gleisi, ao assumir o ministério, já enfrenta desafios em sua capacidade de articulação política, especialmente após o vazamento da reunião que a envolveu em uma possível manobra contra Edinho. O colunista Tales Faria destacou que a situação evidencia a desorganização do PT, que pode impactar negativamente a campanha de 2026. A reunião, que deveria ser um espaço de diálogo, acabou se tornando um campo de batalha interna, com críticas direcionadas a Edinho.

Em evento em Matão, Edinho expressou sua indignação com o vazamento da reunião, afirmando que Lula foi "usado" para desestimular sua candidatura. Ele reafirmou seu desejo de ser o candidato de Gleisi, mas também respeitará outras decisões dentro do partido. Com o apoio de diversas lideranças, Edinho se prepara para enfrentar a resistência de setores que defendem sua substituição por outros nomes, como José Guimarães.