10 de mar 2025
Haddad enfrenta pressão crescente com nomeação de Gleisi e desafios econômicos no governo Lula
Fernando Haddad enfrenta pressão crescente e rumores sobre sua saída do governo. Gleisi Hoffmann, nova ministra, opõe se à austeridade fiscal e reforça populismo. A aprovação do Orçamento de 2025 será desafiadora, com aumento da dívida pública. O mercado financeiro vê Haddad como inevitavelmente demitido, afetando a economia. A relação entre Haddad e Gleisi pode intensificar conflitos internos no governo.
Fernando Haddad: Faria Lima já dá como certa a saída do ministro da Fazenda ainda este ano (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Ouvir a notícia:
Haddad enfrenta pressão crescente com nomeação de Gleisi e desafios econômicos no governo Lula
Ouvir a notícia
Haddad enfrenta pressão crescente com nomeação de Gleisi e desafios econômicos no governo Lula - Haddad enfrenta pressão crescente com nomeação de Gleisi e desafios econômicos no governo Lula
Fernando Haddad, ministro da Fazenda do governo Lula, já possui alternativas de trabalho caso decida deixar o cargo. O mercado financeiro, especialmente na Faria Lima, está disposto a recebê-lo com propostas concretas, incluindo uma de um grande banco de varejo e outra para ser sócio de uma fintech. Essa disposição reflete a relação pragmática que Haddad construiu com o setor, mas também indica os rumores crescentes sobre sua “fritura” por colegas do governo. O desgaste do ministro aumentou nos últimos meses, especialmente após sua derrota em discussões sobre o pacote de cortes de gastos e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, uma promessa de campanha de Lula.
A insatisfação popular com a inflação dos alimentos, que impactou produtos básicos, levou o governo a anunciar medidas, como a redução do Imposto de Importação sobre vários alimentos. O vice-presidente Geraldo Alckmin fez o anúncio, enquanto Haddad não estava presente, o que intensificou as críticas a sua atuação. Além disso, a promoção de Gleisi Hoffmann a ministra das Relações Institucionais é vista como uma tentativa de fortalecer a articulação política, mas também como um movimento que pode isolar Haddad na defesa do equilíbrio fiscal. A relação entre Haddad e Gleisi é tensa, especialmente após divergências sobre a política econômica, onde Gleisi defendeu a ampliação dos gastos, enquanto Haddad alertou sobre os riscos de déficits.
A situação de Haddad se torna ainda mais delicada com a crescente oposição interna, incluindo críticas de aliados que atribuem a queda de popularidade de Lula a sua gestão. Em um evento do PT, Haddad e Gleisi divergiram sobre o ajuste fiscal, com ela defendendo déficits maiores. A resolução do Diretório Nacional do PT, que clamava pela libertação do “austericídio fiscal”, reforçou a percepção de que a política econômica do governo está se afastando do equilíbrio fiscal. A pressão sobre Haddad aumenta, especialmente com a possibilidade de que sua permanência no cargo dependa de sua disposição em ceder às demandas por mais gastos.
A nova ministra, Gleisi, tem tentado se distanciar da imagem de opositora de Haddad, afirmando que sua função é política, não econômica. No entanto, sua primeira tarefa será ajudar na aprovação do Orçamento de 2025, que inclui projetos populistas como o Gás para Todos e o Pé-de-Meia, ambos com custos significativos. O Tribunal de Contas da União já brecou tentativas de manobras fiscais, exigindo que esses gastos sejam incluídos no Orçamento. A atuação de Gleisi será crucial para determinar se ela realmente se converterá ao racionalismo econômico defendido por Haddad, cuja posição já é considerada frágil dentro do governo.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.