Governo Lula classifica tarifa de Trump como 'injustificável' e planeja ações de defesa

Os ministérios das Relações Exteriores e de Indústria e Comércio do Brasil expressaram, em nota divulgada nesta quarta-feira, 12, seu descontentamento com a decisão dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio de todos os seus parceiros comerciais, incluindo o Brasil. A medida, que entrou em vigor nesta manhã, foi considerada pelos ministérios como "injustificável e equivocada". Eles afirmaram que buscarão, em colaboração com o setor privado, "defender os interesses dos produtores nacionais" junto ao governo norte-americano.

O governo brasileiro planeja avaliar, nas próximas semanas, todas as possibilidades de ação no comércio exterior para mitigar os impactos negativos da decisão de Donald Trump e proteger os interesses nacionais, incluindo ações na Organização Mundial do Comércio. Em 2024, as exportações brasileiras de aço e alumínio para os Estados Unidos totalizaram 3,2 bilhões de dólares. O Brasil também se destacou como o terceiro maior importador de carvão siderúrgico dos EUA, com 1,2 bilhão de dólares, e o maior exportador de aço semi-acabado, representando 60% de toda a importação dos Estados Unidos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltou que a orientação do presidente Lula é negociar em vez de retaliar os Estados Unidos. Ele mencionou que Lula pediu "muita calma nessa hora", lembrando que já houve negociações em condições mais difíceis. Dados do governo dos EUA indicam que o Brasil possui um superávit comercial com os Estados Unidos, que alcançou 7 bilhões de dólares em 2024, apenas em bens.

Na terça-feira, 11, antes da confirmação das tarifas, Lula criticou Trump em um evento em Minas Gerais, afirmando que "não adianta o Trump ficar gritando de lá" e enfatizando a importância do respeito nas relações. Ele declarou: "Fale manso comigo, fale com respeito comigo, que eu aprendi a respeitar as pessoas e quero ser respeitado."