Redemocratização impulsiona avanços significativos na educação brasileira

Em 15 de março de 1985, José Sarney assumiu a presidência do Brasil, marcando a transição para a democracia após 21 anos de ditadura militar. Desde então, o país enfrentou desafios, mas a democracia se consolidou como o melhor regime, apesar de suas imperfeições. O legado da ditadura incluiu uma inflação de 215%, uma taxa de pobreza de 30% e uma expectativa de vida de 64 anos, contrastando com os atuais 5% de inflação, 3,5% de pobreza e 76 anos de expectativa de vida.

Na educação, entre 1985 e 2023, o analfabetismo adulto caiu de 21% para 5%, e a taxa de crianças em pré-escolas aumentou de 29% para 93%. A proporção de jovens de 15 a 17 anos no ensino médio subiu de 14% para 75%. O investimento em educação pública também cresceu, passando de 2,4% para 4,9% do PIB entre 1984 e 2022, impulsionado pela Constituição de 1988 e leis como o Fundef e o Fundeb, que promoveram mais equidade.

Embora haja um saudosismo em relação ao passado, dados mostram que a taxa de repetência na 1ª série caiu de 56% para menos de 3% entre 1984 e 2022. A pesquisa Inaf indica que a taxa de analfabetos funcionais é maior entre aqueles formados durante a ditadura, desafiando a ideia de que o regime militar priorizava a ignorância. Apesar de tentativas como o Mobral, a educação básica não avançou como deveria, e a expansão do ensino superior, embora positiva, também aumentou a desigualdade.

O atual processo de ampliação do ensino superior, iniciado na década de 90, é considerado mais sustentável, em parte devido à capacidade da democracia de permitir que a população cobre melhorias. Apesar dos problemas persistentes, o saldo da democracia é amplamente positivo, refletindo avanços significativos em diversos indicadores sociais e educacionais.