19 de mar 2025
Conflitos sectários em Nagpur geram toque de recolher após protestos por tombamento de Aurangzeb
Toque de recolher foi imposto em Nagpur após confrontos sectários. Grupos nacionalistas hindus exigem a demolição do túmulo de Aurangzeb. Pelo menos 34 policiais e cinco civis ficaram feridos durante os conflitos. A violência foi desencadeada por rumores sobre a queima de textos religiosos. Tensão religiosa cresce sob o governo de Narendra Modi, afetando muçulmanos.
Uma foto tirada em 3 de julho de 2017 em Meautis mostra a linha de produção de uma planta da cooperativa agrícola francesa na indústria de laticínios 'Les Maitres laitiers du Cotentin'. A planta fabrica produtos lácteos destinados ao mercado da China. (Foto: CHARLY TRIBALLEAU/AFP via Getty Images)
Ouvir a notícia:
Conflitos sectários em Nagpur geram toque de recolher após protestos por tombamento de Aurangzeb
Ouvir a notícia
Conflitos sectários em Nagpur geram toque de recolher após protestos por tombamento de Aurangzeb - Conflitos sectários em Nagpur geram toque de recolher após protestos por tombamento de Aurangzeb
As autoridades de Nagpur, uma cidade no estado de Maharashtra, na Índia, impuseram um toque de recolher indefinido após confrontos sectários que ocorreram na segunda-feira. Os distúrbios foram provocados por grupos nacionalistas hindus que exigiam a demolição do túmulo de Aurangzeb, um governante muçulmano do século XVII. Durante os protestos, 34 policiais e cinco civis ficaram feridos, e várias propriedades foram danificadas. Até agora, 50 pessoas foram detidas em conexão com a violência.
O legislador Chandrashekhar Bawankule relatou que os conflitos começaram após a disseminação de rumores sobre a queima de itens religiosos, incluindo o Alcorão. O túmulo de Aurangzeb, localizado em Chhatrapati Sambhaji Nagar, a cerca de 500 quilômetros de Nagpur, é um ponto de discórdia, especialmente entre nacionalistas hindus que o veem como um símbolo de opressão. Embora alguns historiadores considerem as alegações de perseguição exageradas, a figura de Aurangzeb é amplamente desprezada por esses grupos.
As tensões religiosas na Índia aumentaram sob o governo do primeiro-ministro Narendra Modi, que frequentemente critica Aurangzeb, intensificando a ansiedade entre a significativa minoria muçulmana do país. Desde a eleição de Modi em 2014, os ataques contra muçulmanos por extremistas hindus se tornaram mais frequentes, com muitos acusando o governo de adotar políticas discriminatórias. O recente lançamento do filme “Chhaava”, que retrata um guerreiro hindu lutando contra Aurangzeb, também contribuiu para o aumento das divisões religiosas.
Além disso, o governo de Modi atendeu a demandas de nacionalistas hindus ao inaugurar um templo controverso no local de uma mesquita demolida em Ayodhya. A mesquita Babri, do século XVI, foi destruída em 1992 por grupos hindus que acreditam que o deus Ram nasceu no local. Essa série de eventos reflete um clima crescente de hostilidade entre as comunidades hindu e muçulmana na Índia, com implicações significativas para a convivência pacífica no país.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.